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A dolescente é igual a explorador inexperiente: mesmo com mapas e bússolas, ele demora para se encontrar.
Para que se achem, os famosos ritos de passagem são muito importantes. O psicólogo e professor da Unifesp Elias Korn explica que sofrimentos e ansiedades, como o da passagem para o ensino médio, fazem parte do crescimento e não devem ser evitados, "pois não se pode achar que viver é um eterno mar de rosas".
O problema, segundo Korn, está um pouco mais à frente: no vestibular. "Quando a atenção se volta exclusivamente para o vestibular ou para a expectativa dos pais com isso, a escola perde de vista o aluno e, junto com ele, o sentido."
Mas nem tudo é sofrimento. Geralmente, nessa época, são dados os primeiros sinais de liberdade, tanto por parte dos pais quanto das escolas. "Mas , se não houver regras, a escola não fica de pé e o aluno não cresce", alerta a psicóloga educacional Ana Maria Caleiro Veiga.
Com maior autonomia para fazer o que quiser, o adolescente recebe de brinde um pacote de responsabilidades que ele pode achar bem pesado. Isso pode fazer com que o jovem vire um adulto de forma mais rápida. O que é bom, pelo menos na opinião do professor da Faculdade de Psicologia da USP José Leon Crochik: "É importante que o jovem seja livre frente a si mesmo. Isso faz com que ele possa pensar em si e no coletivo ao mesmo tempo".
Para Crochik essa liberdade tem de ser assistida, refletida e discutida pelos pais e professores. Segundo ele, se não for assim, o adolescente pode ficar mais infantil em vez de crescer, "pois quem faz tudo o que quer são as criancinhas".
De uma maneira geral, todos concordam que essa liberdade dada aos jovens, sempre de mãos dadas com várias responsabilidades, só apresenta lados negativos quando mal aplicadas. Então, vigie a dosagem. (RL)


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