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CINEMA
País da bola
O documentário brasileiro "Ginga" mostra a trajetória de jovens jogadores de futebol, em diferentes Estados do país
DA REPORTAGEM LOCAL
Romarinho é um jovem morador da
Rocinha, que consegue, depois de
muitas tentativas, ser admitido no
time do Flamengo. Já o paulistano Sérgio,
aluno de um colégio particular, integra o time de futebol de salão do São Paulo e diz
que chegou a sentir uma certa discriminação por ser de uma família de classe média.
Esses e outros jovens jogadores brasileiros contam suas histórias no documentário
"Ginga", que estréia em São Paulo, Rio e
Brasília no próximo dia 21.
Até o craque Robinho, hoje no Real Madrid, marca presença. Ele apresenta seu
primeiro treinador e mostra vídeos da época em que ainda era conhecido como Robson, o craque do futsal, quando tinha apenas oito anos.
Dirigido por Tocha Alves, Marcelo Machado e Hank Levine, o filme pretende disseminar a tese de que o diferencial do futebol brasileiro é, conforme o nome do filme,
a ginga dos jogadores.
O contraponto a essa idéia é apresentado
por um técnico da Portuguesa. Ele defende
que o futebol atual é "70% força física e 30%
técnica". "Essa é uma visão mais européia
do futebol e absolutamente comercial. Os
europeus querem jogadores que se imponham, porque são mais fáceis de ser vendidos", rebate Tocha Alves, 32.
Para sustentar a idéia da "ginga brasileira", os cineastas percorreram vários Estados, em busca de personagens jovens, bons
de bola e de papo.
Encontraram Celso, amazonense que joga no maior torneio de futebol amador do
mundo (o Peladão, em Manaus); Natalie,
webdesigner carioca apaixonada por futevôlei; e até Wescley, que teve uma perna
amputada após ser atropelado, mas não
desistiu do esporte e sonha disputar uma
paraolimpíada.
"A gente quis ser o mais abrangente possível, para o quadro ficar completo. Não dá
para falar que é só o brasileiro que mora em
favela, pobre, que joga futebol bem. É mentira", diz o diretor Tocha.
Quase como um videoclipe, com muita
música e cortes rápidos,"Ginga" condensa,
em seus 80 minutos, histórias e imagens de
10 personagens. "A gente está fazendo um
filme para a molecada, para quem gosta de
futebol para quem está acostumado a jogar
videogame", conclui o diretor.
(LETICIA DE CASTRO)
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