São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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CINEMA

País da bola

O documentário brasileiro "Ginga" mostra a trajetória de jovens jogadores de futebol, em diferentes Estados do país

DA REPORTAGEM LOCAL

Romarinho é um jovem morador da Rocinha, que consegue, depois de muitas tentativas, ser admitido no time do Flamengo. Já o paulistano Sérgio, aluno de um colégio particular, integra o time de futebol de salão do São Paulo e diz que chegou a sentir uma certa discriminação por ser de uma família de classe média.
Esses e outros jovens jogadores brasileiros contam suas histórias no documentário "Ginga", que estréia em São Paulo, Rio e Brasília no próximo dia 21.
Até o craque Robinho, hoje no Real Madrid, marca presença. Ele apresenta seu primeiro treinador e mostra vídeos da época em que ainda era conhecido como Robson, o craque do futsal, quando tinha apenas oito anos.
Dirigido por Tocha Alves, Marcelo Machado e Hank Levine, o filme pretende disseminar a tese de que o diferencial do futebol brasileiro é, conforme o nome do filme, a ginga dos jogadores.
O contraponto a essa idéia é apresentado por um técnico da Portuguesa. Ele defende que o futebol atual é "70% força física e 30% técnica". "Essa é uma visão mais européia do futebol e absolutamente comercial. Os europeus querem jogadores que se imponham, porque são mais fáceis de ser vendidos", rebate Tocha Alves, 32.
Para sustentar a idéia da "ginga brasileira", os cineastas percorreram vários Estados, em busca de personagens jovens, bons de bola e de papo.
Encontraram Celso, amazonense que joga no maior torneio de futebol amador do mundo (o Peladão, em Manaus); Natalie, webdesigner carioca apaixonada por futevôlei; e até Wescley, que teve uma perna amputada após ser atropelado, mas não desistiu do esporte e sonha disputar uma paraolimpíada.
"A gente quis ser o mais abrangente possível, para o quadro ficar completo. Não dá para falar que é só o brasileiro que mora em favela, pobre, que joga futebol bem. É mentira", diz o diretor Tocha.
Quase como um videoclipe, com muita música e cortes rápidos,"Ginga" condensa, em seus 80 minutos, histórias e imagens de 10 personagens. "A gente está fazendo um filme para a molecada, para quem gosta de futebol para quem está acostumado a jogar videogame", conclui o diretor.
(LETICIA DE CASTRO)


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