São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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PROFISSÃO

Caminho estável

Em tempos de crise, jovens veem garantia de segurança em concursos públicos

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pode até ser que você passe um bom tempo sem fazer uma prova, depois de encarar o vestibular. Mas, se sua ideia for ocupar um cargo público, pode começar a preparar a caneta.
A porta de entrada para trabalhar em um órgão ou entidade governamentais são os chamados concursos públicos, testes em que são avaliados desde conhecimentos básicos (como português) até específicos (variam conforme a vaga).
Felipe Koval, 21, passou por seis dessas provas nos últimos três anos e foi aprovado recentemente para o cargo de assistente de políticas públicas, na Prefeitura de São Paulo, com salário de cerca de R$ 700.
No seu atual emprego, de manutenção de máquinas em uma empresa privada, recebe quase R$ 800.
A remuneração mais baixa pode fazer a troca parecer um mau negócio, mas o garoto está decidido. "Você tem estabilidade, não precisa ficar inseguro."
Segundo consultores ouvidos pelo Folhateen, é essa promessa de estabilidade que tem atraído jovens para carreiras públicas. Em primeiro lugar, em determinadas vagas há a possibilidade de, após três anos, o funcionário só poder ser demitido por meio de um processo administrativo -o que, na prática, é uma garantia.
Há, ainda, o fato de que órgãos e entidades públicos sofrem menos com as oscilações do mercado, levando a uma chance menor de haver um corte de funcionários.

Acesso livre
Outra vantagem é que para muitas vagas não há exigências como as que barram muitos na hora de procurar o primeiro emprego na iniciativa privada.
"Queria trabalhar, mas não tinha experiência anterior nem ensino superior completo", diz Gustavo da Silva, 19. O rapaz trabalha desde o começo do ano no Banco do Brasil, como escriturário. É seu primeiro emprego e recebe cerca de R$ 1.200 para atuar das 10h às 16h, no atendimento a clientes.
Na seleção de que Gustavo participou, foram 41.327 inscritos e 5.301 aprovados.
Mas nem todos que passaram no teste já começaram a trabalhar -são chamados aos poucos, conforme a demanda por vagas. A previsão é de que a espera possa durar até dois anos, o que faz dos concursos públicos um projeto de médio a longo prazo.


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