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PROFISSÃO
Caminho estável
Em tempos
de crise, jovens veem garantia de segurança em concursos públicos
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pode até ser que você
passe um bom tempo
sem fazer uma prova,
depois de encarar o
vestibular. Mas, se sua ideia for
ocupar um cargo público, pode
começar a preparar a caneta.
A porta de entrada para trabalhar em um órgão ou entidade governamentais são os chamados concursos públicos, testes em que são avaliados desde
conhecimentos básicos (como
português) até específicos (variam conforme a vaga).
Felipe Koval, 21, passou por
seis dessas provas nos últimos
três anos e foi aprovado recentemente para o cargo de assistente de políticas públicas, na
Prefeitura de São Paulo, com
salário de cerca de R$ 700.
No seu atual emprego, de
manutenção de máquinas em
uma empresa privada, recebe
quase R$ 800.
A remuneração mais baixa
pode fazer a troca parecer um
mau negócio, mas o garoto está
decidido. "Você tem estabilidade, não precisa ficar inseguro."
Segundo consultores ouvidos pelo Folhateen, é essa promessa de estabilidade que tem
atraído jovens para carreiras
públicas. Em primeiro lugar,
em determinadas vagas há a
possibilidade de, após três
anos, o funcionário só poder
ser demitido por meio de um
processo administrativo -o
que, na prática, é uma garantia.
Há, ainda, o fato de que órgãos e entidades públicos sofrem menos com as oscilações
do mercado, levando a uma
chance menor de haver um
corte de funcionários.
Acesso livre
Outra vantagem é que para
muitas vagas não há exigências
como as que barram muitos na
hora de procurar o primeiro
emprego na iniciativa privada.
"Queria trabalhar, mas não
tinha experiência anterior nem
ensino superior completo", diz
Gustavo da Silva, 19. O rapaz
trabalha desde o começo do
ano no Banco do Brasil, como
escriturário. É seu primeiro
emprego e recebe cerca de
R$ 1.200 para atuar das 10h às
16h, no atendimento a clientes.
Na seleção de que Gustavo
participou, foram 41.327 inscritos e 5.301 aprovados.
Mas nem todos que passaram no teste já começaram a
trabalhar -são chamados aos
poucos, conforme a demanda
por vagas. A previsão é de que a
espera possa durar até dois
anos, o que faz dos concursos
públicos um projeto de médio a
longo prazo.
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