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Pioneiros do metal nacional lançam DVD
DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO
No princípio era o silêncio, a MPB,
o rock nacional ou música importada. Até que, há pouco mais
de 20 anos, o Brasil entrou de vez e com
força no cenário mundial do heavy metal. "Para o bem ou para o mal, muito da
culpa é nossa", admitiu, em entrevista
ao Folhateen, Felipe Machado, 35, guitarrista que tinha apenas 14 anos quando ajudou a fundar um dos grupos mais
importantes na consolidação de um espaço nacional para o estilo, o hoje pouco
conhecido Viper.
"A gente começou tocando de brincadeira mesmo. Não tínhamos nenhuma
pretensão de levar a sério", contou.
Vinte anos depois da "molecagem", o
Viper comemora o feito com a volta aos
estúdios, depois de quase oito anos parado, e lança o DVD "Living for the
Night", com entrevistas dos fundadores
do grupo -entre eles André Matos, do
Shaaman, que foi o primeiro vocalista,
aos 13 anos, e Yves Passarel, do Capital
Inicial- e imagens raras de apresentações no Japão.
Sem planejamento ou grandes pretensões, eles foram levados a sério pelo ainda incipiente público metaleiro.
Depois de pouco mais de três anos tocando em escolas, galpões e tendo lançado um disco ainda com produção precária, os garotos já lançavam "Theatre of
Fate", álbum que ainda configura entre
as principais obras do metal nacional.
Caminhos
"Se nos dissessem, com 14 anos, que
em menos de dez anos estaríamos fazendo uma turnê na Europa e no Japão,
daríamos risada... Antes da gente ninguém tocava esse estilo no Brasil", disse.
A banda abriu o caminho de profissionalismo que hoje é seguido por centenas
de bandas de metal nacionais.
Apesar dessa importância histórica, o
Viper caiu num limbo de esquecimento,
ficando com todos os discos fora de catálogo e sendo lembrada até há pouco
tempo apenas como "a primeira banda
de André Matos".
"Agora estamos correndo atrás de tudo o que está esquecido", disse Felipe,
que foi convidado em 2003 para montar
esse material comemorativo dos 20
anos. "Ficamos surpresos por haver demanda pelo Viper", contou.
Segundo ele, já são cinco as músicas
novas, todas na linha do "Theatre of Fate", e o grupo já começou a produzir um
disco de inéditas.
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