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SEXO E SAÚDE
"Tenho 20 anos e não
uso drogas. Mas, na última semana, fui a uma
rave e tomei dez comprimidos de um remédio
combinados com vodca.
Fiquei eufórico, sem
coordenação, vi raios e
fiquei com a boca seca.
Como estava alterado,
fumei maconha também. Fiquei acordado
mais de 38 horas. Estou
melhor, mas não estou
100%. Ando meio trêmulo. Foi a pior sensação da minha vida e não
recomendo a ninguém.
Vou ter sequelas?"
Quem fica loucão na balada pode acabar em roubada
JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA
Legal que você chegou à conclusão de que tomar remédios sem o menor critério e misturar drogas é ruim. Nada como uma experiência desagradável para fazer com que a pessoa
modifique seu comportamento.
Muitos jovens acabam experimentando drogas por curiosidade. Numa festa, por exemplo,
agem por impulso, querem imitar os amigos e
podem se dar mal. Nas baladas, é comum encontrar gente que nem pensava em usar drogas, mas que acaba experimentando.
Na busca por novidades, muitos podem acabar fazendo bobagens, como tomar remédios.
Quando esses medicamentos são misturados
com o álcool, o efeito pode ser até mais intenso
e trazer ainda mais riscos para a saúde.
Os remédios são comprados em farmácias, e
as pessoas burlam a necessidade de receita médica. Remédios que, em altas doses, podem
trazer efeitos complicados são facilmente
achados nas farmácias do bairro.
Os efeitos vão depender do medicamento.
Mas, em geral, a pessoa pode ter euforia, alucinações visuais, perda de sono, boca seca etc.
No meio da festa, você acabou experimentando maconha porque já estava alterado e, provavelmente, tinha sua capacidade de avaliar
riscos bastante comprometida. Dirigir de forma imprudente, transar sem camisinha, usar
outras drogas e se envolver em brigas são
exemplos de comportamentos de risco que podem aparecer nessas horas.
O "ficar ligado" e não conseguir dormir é situação comum entre pessoas que saem na madrugada e experimentam drogas. Não é fácil
mesmo pegar no sono com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Depois da fase eufórica, a pessoa pode passar alguns dias meio
para baixo. Um episódio único como esse que
você conta dificilmente deixa sequelas. Mas ele
serve de alerta para que você não repita o que
fez! Também é preciso lembrar que algumas
pessoas podem se envolver num acidente mais
grave quando sob a ação de drogas.
Moral da história: muita gente vacila nessa
hora. Nada de ficar tomando remédios, misturando drogas ou explorando substâncias produzidas em laboratório sobre as quais não
se tem informação.
Dá para ir às baladas
e se divertir sem isso.
Jairo Bouer, 37, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou para jbouer@uol.com.br
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