São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2008

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dança

De pernas pro ar

Jovens asiáticos dominam final do campeonato mundial de break, que teve participação do brasileiro Pelezinho

LETICIA DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

Criado nos Estados Unidos e depois exportado para todo o mundo, o hip hop tem um novo e inusitado celeiro de artistas.
É na Ásia, em países como Coréia do Sul e Japão, que estão alguns dos melhores dançarinos de break da atualidade. É desses dois lugares que vêm os vencedores do campeonato de break Red Bull BC One, que rolou em Paris, na última quarta.
O evento teve a participação de 16 b-boys (como são conhecidos os dançarinos) do mundo todo, inclusive do Brasil (leia mais ao lado).
Wing, um discreto e tímido sul-coreano de 21 anos, levou o primeiro lugar na competição, que teve um divertido formato de batalha. Em um tablado redondo, no meio de uma arena, os dançarinos se apresentavam alternadamente em duplas, desafiando e provocando um ao outro com muitos saltos, rodopios e acrobacias.
As coreografias eram improvisadas de acordo com o som escolhido pelo DJ. Funk, breakbeat e um pouco de rap deram o tom das danças.
Depois de duelar com dois dançarinos cada um e vencer as duas competições, Wing e o japonês Taisuke, de 18 anos, se encontraram na final. Já cansado, Taisuke errou um passo no final da coreografia, dando ao coreano o primeiro lugar.
B-boy desde os 12, Wing integra um grupo de dança com o irmão, que se apresenta no mundo todo e conta com o patrocínio de uma empresa de celulares. Apesar de o rap e o grafiti coreanos não serem famosos, o break tem uma cena rica e popular na Coréia, com programas de TV e apoio do governo para realização de eventos.
"Existe uma base militar norte-americana na Coréia, isso contribuiu muito para que essa cena se desenvolvesse", diz o dançarino, que terminou o colégio e não pensa em fazer faculdade tão cedo. "Enquanto puder, quero viver de dança."
Já o vice-campeão se mudou de Nagasaki para Tóquio para fazer faculdade de dança e se dedicar à carreira de b-boy. Ele dá aulas e já ganhou 13 campeonatos de break, na Ásia e na Europa. Apesar de ser um dos principais expoentes da cena japonesa, Taisuke -que dança há dez anos- confessa que não acompanha o rap de seu país. "O break é popular, mas tem muita gente no Japão que não entende a história do hip hop", diz o garoto.


A jornalista Letícia de Castro viajou a convite da Red Bull


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