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dança
De pernas pro ar
Jovens asiáticos dominam final do campeonato mundial de break, que teve participação do brasileiro Pelezinho
LETICIA DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS
Criado nos Estados
Unidos e depois exportado para todo o
mundo, o hip hop
tem um novo e inusitado celeiro de artistas.
É na Ásia, em países como
Coréia do Sul e Japão, que estão
alguns dos melhores dançarinos de break da atualidade. É
desses dois lugares que vêm os
vencedores do campeonato de
break Red Bull BC One, que rolou em Paris, na última quarta.
O evento teve a participação
de 16 b-boys (como são conhecidos os dançarinos) do mundo
todo, inclusive do Brasil (leia
mais ao lado).
Wing, um discreto e tímido
sul-coreano de 21 anos, levou o
primeiro lugar na competição,
que teve um divertido formato
de batalha. Em um tablado redondo, no meio de uma arena,
os dançarinos se apresentavam
alternadamente em duplas, desafiando e provocando um ao
outro com muitos saltos, rodopios e acrobacias.
As coreografias eram improvisadas de acordo com o som
escolhido pelo DJ. Funk,
breakbeat e um pouco de rap
deram o tom das danças.
Depois de duelar com dois
dançarinos cada um e vencer as
duas competições, Wing e o japonês Taisuke, de 18 anos, se
encontraram na final. Já cansado, Taisuke errou um passo no
final da coreografia, dando ao
coreano o primeiro lugar.
B-boy desde os 12, Wing integra um grupo de dança com o
irmão, que se apresenta no
mundo todo e conta com o patrocínio de uma empresa de celulares. Apesar de o rap e o grafiti coreanos não serem famosos, o break tem uma cena rica
e popular na Coréia, com programas de TV e apoio do governo para realização de eventos.
"Existe uma base militar
norte-americana na Coréia, isso contribuiu muito para que
essa cena se desenvolvesse",
diz o dançarino, que terminou
o colégio e não pensa em fazer
faculdade tão cedo. "Enquanto
puder, quero viver de dança."
Já o vice-campeão se mudou
de Nagasaki para Tóquio para
fazer faculdade de dança e se
dedicar à carreira de b-boy. Ele
dá aulas e já ganhou 13 campeonatos de break, na Ásia e na Europa. Apesar de ser um dos
principais expoentes da cena
japonesa, Taisuke -que dança
há dez anos- confessa que não
acompanha o rap de seu país.
"O break é popular, mas tem
muita gente no Japão que não
entende a história do hip hop",
diz o garoto.
A jornalista Letícia de Castro viajou a convite da
Red Bull
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