São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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Menina-prodígio

DA REPORTAGEM LOCAL

Logo que entrou na adolescência, Mallu Magalhães leu a biografia de Karl Marx. Pouco depois, teve uma aula sobre comunismo no colégio e decidiu discutir o tema com a professora. "Ela generalizava os conceitos, e eu disse que achava que não era bem aquilo", lembra.
A professora não gostou muito de ser contestada em sala de aula, e o episódio rendeu uma bronca, mas ilustra um pouco da personalidade dessa adolescente. Apesar da voz doce e do jeito meigo e brincalhão, Mallu é uma garota decidida e quer ser levada a sério.
Aos 15 anos e 6 meses, ela já administra -com a ajuda do amigo promovido a produtor, Mané, 18- uma recente carreira de cantora.
Já gravou em estúdio profissional (as músicas estão no MySpace, www.myspace.com/mallumagalhaes), já se apresentou em duas casas noturnas badaladas (Clash e Milo), já foi capa de cadernos culturais de dois jornais (Folha e "Jornal do Brasil", do Rio) e está sendo assediada por uma grife que quer patrocinar bandas novas.
Tudo isso num intervalo de quatro meses. "Compus as primeiras músicas aos 11, mas só agora tive coragem de mostrar", diz a garota.
O estúdio foi o presente de aniversário de 15 anos. Apesar de ainda não manjar de produção musical, ela dá palpite em todo o processo de gravação.
Fã de Johnny Cash e de Bob Dylan (mesmo sem entender direito as letras), Mallu segue o estilo folk dos ídolos e tem canções sobre o amor ("Get to Denmark", para o namorado dinamarquês, Dani) e sobre a felicidade ("Tchubaruba"), cantadas em inglês.
Nas próximas duas sextas-feiras (15 e 22) ela se apresenta no Studio SP (r. Inácio Pereira da Rocha, 170, R$ 15).
Se no mundo da música ela se sente à vontade e já conquistou muitos admiradores, na escola ainda se sente uma estranha no ninho.
"Teve uma época que eu ficava com medo de as pessoas me acharem meio "looser" (fracassada)", diz a garota.
Por conta de sua fama de rebelde junto aos professores e por não se identificar muito com os colegas de classe, ela decidiu mudar de colégio.
"Prefiro conviver com gente mais velha. Geralmente eu sou a mais nova da turma, mas o pessoal com quem eu convivo não liga pra isso", diz. (LC)


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