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Menina-prodígio
DA REPORTAGEM LOCAL
Logo que entrou na
adolescência, Mallu
Magalhães leu a biografia de Karl Marx.
Pouco depois, teve
uma aula sobre comunismo no
colégio e decidiu discutir o tema com a professora. "Ela generalizava os conceitos, e eu
disse que achava que não era
bem aquilo", lembra.
A professora não gostou muito de ser contestada em sala de
aula, e o episódio rendeu uma
bronca, mas ilustra um pouco
da personalidade dessa adolescente. Apesar da voz doce e do
jeito meigo e brincalhão, Mallu
é uma garota decidida e quer
ser levada a sério.
Aos 15 anos e 6 meses, ela já
administra -com a ajuda do
amigo promovido a produtor,
Mané, 18- uma recente carreira de cantora.
Já gravou em estúdio profissional (as músicas estão no
MySpace, www.myspace.com/mallumagalhaes), já se apresentou em duas casas noturnas
badaladas (Clash e Milo), já foi
capa de cadernos culturais de
dois jornais (Folha e "Jornal
do Brasil", do Rio) e está sendo
assediada por uma grife que
quer patrocinar bandas novas.
Tudo isso num intervalo de
quatro meses. "Compus as primeiras músicas aos 11, mas só
agora tive coragem de mostrar", diz a garota.
O estúdio foi o presente de
aniversário de 15 anos. Apesar
de ainda não manjar de produção musical, ela dá palpite em
todo o processo de gravação.
Fã de Johnny Cash e de Bob
Dylan (mesmo sem entender
direito as letras), Mallu segue o
estilo folk dos ídolos e tem canções sobre o amor ("Get to
Denmark", para o namorado
dinamarquês, Dani) e sobre a
felicidade ("Tchubaruba"),
cantadas em inglês.
Nas próximas duas sextas-feiras (15 e 22) ela se apresenta
no Studio SP (r. Inácio Pereira
da Rocha, 170, R$ 15).
Se no mundo da música ela
se sente à vontade e já conquistou muitos admiradores, na escola ainda se sente uma estranha no ninho.
"Teve uma época que eu ficava com medo de as pessoas me
acharem meio "looser" (fracassada)", diz a garota.
Por conta de sua fama de rebelde junto aos professores e
por não se identificar muito
com os colegas de classe, ela
decidiu mudar de colégio.
"Prefiro conviver com gente
mais velha. Geralmente eu sou
a mais nova da turma, mas o
pessoal com quem eu convivo
não liga pra isso", diz.
(LC)
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