São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011

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OUTRO LADO

Profissão preguiça

BRUNO WOLFSDORF

Em razão do teor ofensivo da reportagem publicada no "Folhateen" em 6 de junho de 2011, sob o título "Profissão preguiça", de autoria do colaborador Carlos Minuano, a Folha de S. Paulo, respeitando os princípios éticos que devem existir em todos os órgãos de imprensa, concedeu-me direito de resposta.
Meu nome é Bruno Wolfsdorf e sou o jovem que Carlos Minuano qualificou como preguiçoso sem ter Realizado uma única entrevista comigo.
Em verdade, a reportagem Publicada como de autoria de Carlos Minuano foi realizada por outra jornalista, que me convidou para participar de uma entrevista quando eu estava numa fila de emprego. A jornalista informou que a reportagem iria mostrar um panorama dos jovens que estão à procura de emprego - justamente o meu caso.
Infelizmente, a matéria elaborada pela entrevistadora foi editada e alterada pelo repórter, que, ao que consta, nem sequer a alertou ou consultou a respeito das absurdas deturpações de conteúdo e do próprio escopo da matéria. Aliás, não foi solicitada nem autorização para a publicação de meu nome completo.
O que se tem, portanto, é que o repórter maculou meu nome e minha reputação sem nenhum compromisso com a verdade, mesmo porque não constou na matéria o conteúdo real da entrevista.
Não constou, por exemplo, que trabalhei desde os 15 anos e que, após o término da faculdade, viajei para a Irlanda para aprender inglês e trabalhar na minha área, gastronomia.
Também não constou que, com a crise na Europa, o trabalho nessa área ficou difícil e que acabei fazendo "bicos" de toda espécie para me manter, tais como pintor, pedreiro, entregador de panfletos e até empregado doméstico.
Em suma, não fui "mochileiro" nem "filhinho de papai", muito menos optei pela preguiça como profissão, como mencionou o texto.
Enfim, todos os dias envio currículos e estou em busca de oportunidade, mas, até o momento, tudo o que consegui foram empregos temporários.
Apesar da formação superior, de falar várias línguas e de participar de trabalhos voluntários, ainda não encontrei trabalho na minha área - esse deveria ser o foco da entrevista concedida! Infelizmente, nos comentários feitos pelos leitores, fui chamado de vagabundo, fútil, inútil e outras coisas piores. Vi até meus pais - pessoas sérias, trabalhadoras e cumpridoras dos seus deveres- serem chamados de irresponsáveis e outras barbaridades.
Diante disso, agradeço o espaço concedido e convido a todos os leitores que, antes do exercício da crítica destrutiva, busquem, ao menos, verificar se a notícia mostra os dois lados da história.

NOTA DA REDAÇÃO
A Folha não tinha conhecimento de que o repórter, que é free-lancer, havia delegado a entrevista a outra jornalista free-lancer. Já foram tomadas providências para que isso não volte a ocorrer.


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