São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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música

Viagem para o retro-futuro

No Lollapalooza, a dupla americana MGMT conversou sobre sua vinda ao Brasil em outubro

DO ENVIADO A CHICAGO

Show de oportunidades. É assim que pode ser enxergada cada uma das duas apresentações do grupo americano MGMT no Brasil em outubro, uma em São Paulo, outra no Rio, ambas como atração do Tim Festival 2008.
Oportunidade de o Brasil ver de perto uma banda nova explodindo cada vez mais no cenário roqueiro mundial.
E também oportunidade de o próprio MGMT descansar um pouco, depois de uma ascensão artística fulminante em um ano em que passaram de "zeroes" (zeros) para "heroes" (heróis) da celebrada nova fase do rock americano.
"Além de nos convidarem para tocar, ofereceram quatro dias em uma praia brasileira", disse à Folha, nos bastidores do Lollapalooza, em Chicago, o vocalista/guitarrista e um dos dois "donos" do grupo, Andrew VanWyngarden, parceiro de banda de Ben Goldwasser, tecladista e responsável pelas bases sonoras que dão colorido hippie à música moderna do MGMT. "Não sei nem qual praia é, mas nem precisava dizer. Não tínhamos como dizer não ao Brasil e a uma praia brasileira", sonha.
Hippies e modernos. É por isso que o MGMT é chamado de uma banda retro-futurística. Tocam de batas coloridas, pregam amor à natureza, usam faixas na cabeça, flautas em algumas músicas, vídeos de dança ao redor de fogueira na praia. Isso tendo o grupo surgido, crescido e montado sua base na cosmopolita e agitada Nova York.
"Nova York nos perturba. Criamos um meio de escapar dela, através de nossa música", diz VanWyngarden.
Do "zunzunzum" dos blogs no ano passado a páginas e páginas nas revistas deste ano, o MGMT está em todas. Excursiona com o Beck, abre para o Radiohead e seu público de 40 mil pessoas e é o atual rei das trilhas sonoras de filmes, seriados de TV e propagandas.
Até programa esportivo inglês usa canção do MGMT como vinheta. "Isso nos assusta um pouco. Vou para o cinema, ouço MGMT, ligo a televisão, ouço MGMT. Mas, se tem sido bom para divulgar nossa música, nem posso reclamar", fala VanWyngarden, que diz gostar muito de música brasileira, mas prefere a antiga ("the old stuff"), tipo Mutantes, mais do que os novos CSS e Bonde do Rolê, parceiros de cena pop atual do MGMT.
(LÚCIO RIBEIRO)


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