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VÁ CORRENDO COMPRAR
A banda lança seu quinto disco com um pé no Japão e outro em Minas
Pato Fu...lminante
CLAUDIA ASSEF
da Reportagem Local
A ascendência japonesa da vocalista Fernanda Takai nunca esteve tão presente no Pato Fu. Em
"Isopor", o quinto álbum da banda mineira, o clima nipônico incide sobre o visual da banda -nas
fotos da capa e do encarte- e sobre a sonoridade do disco.
A começar pela primeira faixa,
"Made in Japan", uma homenagem confessa à dupla japonesa
Pizzicato Five. "Tenho vários CDs
do Pizzicato Five, que, aliás, tem
até as mesmas iniciais de Pato
Fu!", constata a amapaense Fernanda, 28, a única "não-mineira"
da banda. "Adoro as melodias felizes e o uso que fazem de samplers e de edição eletrônica."
Segundo ela, a banda tinha um
ótimo "álibi" para fazer uma música em japonês: já tinham gravado músicas em outras línguas. E o
fato de Fernanda ser neta de japoneses -por parte de pai- só ajudou a levar a idéia adiante. "Ficou
ainda mais legal tentar fazer algo
inusitado nessa língua."
O guitarrista e criador do Pato
Fu, John, se encarregou de escrever a letra, que lembra roteiro de
filme do Godzilla. Fala da vingança tecnológica do Japão sobre o
resto do mundo, depois de o país
ter sido bombardeado durante a
Segunda Guerra Mundial. A versão que está no disco, cantada em
japonês, foi escrita por Robinson
Mioshi, web master da home page
oficial da banda.
"Viva o download grátis!"
A influência do Japão se arrasta
até o final do CD, mas em forma
de tecnologia. ""Isopor" tem coisas
essencialmente eletrônicas", avalia Fernanda.
"Sempre reclamamos da dificuldade que era fazer música no
Brasil porque tudo chegava aqui
atrasado. Mas, com o mundo conectado, ficou bem mais fácil",
acredita.
"Hoje podemos criar e produzir
como qualquer banda de outro
país. Viva o download amostra
grátis!", comemora a vocalista.
Internauta de carteirinha, Fernanda conta que o Pato Fu tem tirado grande proveito da rede.
"Estou irremediavelmente contaminada por essa nova tecnologia.
Tenho um notebook, que carrego
comigo pra todo lado", admite
Fernanda. Ela diz ainda que faz
questão de responder pessoalmente a todos os e-mails que a
banda recebe.
A parceria com o produtor Dudu Marote, que teve início com o
disco "Televisão de Cachorro", de
97, também colaborou para moldar a sonoridade moderninha de
"Isopor".
"A gente se afinou mais, trabalhamos com os mesmos equipamentos desta vez. Nós, em casa,
na pré-producão. E ele, em estúdio. Nos últimos dois anos temos
trocado muita informação sobre
sons, programas de computador
e equipamentos."
Apesar da injeção de tecnologia
no som, Fernanda diz que o Pato
Fu gosta mesmo é de misturar o
novo com o tradicional. "Às vezes, usamos timbres bem antigos
numa programação eletrônica
atual", exemplifica.
Outra influência que se nota em
"Isopor" é a banda pop sueca Cardigans. Na música "O Filho Predileto do Rajneesh", o "corinho" foi
inspirado neles. "Gosto da sonoridade da banda e da maciez da voz
de Nina Persson."
As músicas do CD foram escritas -a maioria por John- na estrada, durante a turnê de "Televisão de Cachorro", que, aliás, ainda não acabou.
"Esta é a maior turnê da nossa
carreira. Serão mais de 150 shows
em pouco mais de um ano", diz.
Segundo ela, fica mais fácil escrever música quando se está viajando. "O John, que é o principal
compositor, anda sempre com
um caderninho, anotando tudo.
Viajar cansa, mas inspira."
A capa do disco, que mostra
John, Fernanda, Xande (baterista) e Ricardo (baixista) deitados
sobre uma "cama" de isopor, foi
feita com a intenção de imitar os
álbuns brancos de outros artistas.
"Sempre gostamos da idéia de
fazer o nosso álbum branco",
conta. Para ela, os álbuns brancos
sempre trazem o "filé" das bandas. "Foi assim com Beatles,
Queen, Radiohead."
"Patofans"
Os fãs internautas do Pato Fu
tomaram uma iniciativa inovadora para divulgar a banda na rede.
Formaram um pool de sites e
compraram um domínio -um
endereço próprio- na Internet,
onde é possível encontrar tudo
sobre o Pato Fu.
Além de informações, fotos, relatórios de shows, cartões e chats,
há um site totalmente dedicado a
curiosidades, que traz, por exemplo, uma entrevista com a mãe da
Fernanda. As páginas estão hospedadas no endereço www.patofans.com.br.
Quem quiser informações sobre
datas de apresentações também
pode fuçar nos sites do Pato. Mas,
por enquanto, nada de show novo. A turnê de "Isopor", com cenário e repertório novos, só começa em novembro.
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