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GRAVIDEZ
Adolescentes contam a experiência de criar um filho; recente pesquisa mostra que o número de mães jovens aumentou
Bebê a bordo
DA REPORTAGEM LOCAL
Dá pra imaginar uma adolescência
com mil empecilhos para as baladas, hora para tudo e responsabilidades de adulto? Até dá para pensar, mas
ninguém quer isso para si, pelo menos de
imediato, né? Quando engravidam, algumas meninas têm que aceitar e viver mudanças hiperdrásticas na adolescência.
Foi o que aconteceu com Nathalie Colunna, 19. Há um ano, a estudante de publicidade nem pensava em ser mãe. "Eu queria
ter filho antes dos 30, mas planejava terminar a faculdade primeiro."
Naquela época, Nathalie tinha acabado
um namoro de dois anos e meio e dividia a
agenda entre a faculdade, um curso de design e o trabalho voluntário na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).
Além disso, ainda começava a se planejar
para iniciar um estágio.
Eis que uma recaída com o ex-namorado
mudou a vida dela completamente. Pouco
tempo depois do encontro, Nathalie descobriu que estava grávida.
Com o nascimento de Manoela, há um
mês, a vida de Nathalie virou uma batalha
de fraldas e mamadeiras. O trabalho voluntário foi deixado de lado, e o estágio, adiado. A faculdade foi esquecida por três meses, tempo da licença-maternidade.
Depois de ter aberto mão de um monte
de coisas, diz que é uma "experiência gostosa" e se orgulha por dar conta do trabalho
de mãe quase sozinha. "Até agora, minha
mãe só trocou uma fralda", conta.
A história de Nathalie faz parte de um
grupo que cresce cada vez mais. Uma recente pesquisa da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro mostra que o número de
mães adolescentes subiu no Rio e em São
Paulo, principalmente entre as meninas
que já estudam de 11 a 14 anos (veja acima).
A estudante Carolina Gulineli Pinto, 20,
também faz parte desse número. Aos 18, ela
tinha acabado de entrar na faculdade,
quando descobriu que estava grávida do
ex-namorado. Carolina teve que parar o
curso de administração no primeiro semestre e abrir mão de baladas e de tudo o que
faz parte da vida normal de uma menina.
"Antes de a Julia nascer, no fim de semana, eu saía direto. Passava o mês inteiro no
interior com uma amiga nas férias. Agora,
não posso fazer nada disso", diz.
Solteira, conta que a maternidade não é
exatamente um problema para arranjar namorado. "O complicado é manter o relacionamento." (ISABELLE MOREIRA LIMA)
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