São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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GRAVIDEZ

Adolescentes contam a experiência de criar um filho; recente pesquisa mostra que o número de mães jovens aumentou

Bebê a bordo

DA REPORTAGEM LOCAL

Dá pra imaginar uma adolescência com mil empecilhos para as baladas, hora para tudo e responsabilidades de adulto? Até dá para pensar, mas ninguém quer isso para si, pelo menos de imediato, né? Quando engravidam, algumas meninas têm que aceitar e viver mudanças hiperdrásticas na adolescência.
Foi o que aconteceu com Nathalie Colunna, 19. Há um ano, a estudante de publicidade nem pensava em ser mãe. "Eu queria ter filho antes dos 30, mas planejava terminar a faculdade primeiro."
Naquela época, Nathalie tinha acabado um namoro de dois anos e meio e dividia a agenda entre a faculdade, um curso de design e o trabalho voluntário na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Além disso, ainda começava a se planejar para iniciar um estágio.
Eis que uma recaída com o ex-namorado mudou a vida dela completamente. Pouco tempo depois do encontro, Nathalie descobriu que estava grávida.
Com o nascimento de Manoela, há um mês, a vida de Nathalie virou uma batalha de fraldas e mamadeiras. O trabalho voluntário foi deixado de lado, e o estágio, adiado. A faculdade foi esquecida por três meses, tempo da licença-maternidade.
Depois de ter aberto mão de um monte de coisas, diz que é uma "experiência gostosa" e se orgulha por dar conta do trabalho de mãe quase sozinha. "Até agora, minha mãe só trocou uma fralda", conta.
A história de Nathalie faz parte de um grupo que cresce cada vez mais. Uma recente pesquisa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro mostra que o número de mães adolescentes subiu no Rio e em São Paulo, principalmente entre as meninas que já estudam de 11 a 14 anos (veja acima).
A estudante Carolina Gulineli Pinto, 20, também faz parte desse número. Aos 18, ela tinha acabado de entrar na faculdade, quando descobriu que estava grávida do ex-namorado. Carolina teve que parar o curso de administração no primeiro semestre e abrir mão de baladas e de tudo o que faz parte da vida normal de uma menina.
"Antes de a Julia nascer, no fim de semana, eu saía direto. Passava o mês inteiro no interior com uma amiga nas férias. Agora, não posso fazer nada disso", diz.
Solteira, conta que a maternidade não é exatamente um problema para arranjar namorado. "O complicado é manter o relacionamento." (ISABELLE MOREIRA LIMA)

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