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Sexo & Saúde - Jairo Bouer
@ - bouer@uol.com.br
A luta continua
NO ÚLTIMO dia 1º de dezembro foi comemorado o Dia Mundial da Luta Contra
a Aids. Li boa parte dos jornais publicados na data e percebi que, por mais um ano,
pouco espaço foi dedicado ao assunto. No geral, a maior parte das notícias reproduzia os
números divulgados pela Coordenação Nacional de DST/Aids na semana anterior.
Algumas discussões são importantes. Os
números apontam para uma diminuição na
velocidade de crescimento da epidemia no
Brasil, a menor taxa desde 2002. Por outro lado, foram notificados mais de 33 mil novos casos no ano de 2005. Uma conta simples mostra que são mais de 2.700 registros por mês (cerca de 90
casos por dia).
Quando se analisa as diversas pesquisas de comportamento sexual com a população jovem no Brasil chega-se
aos mesmos resultados. Os jovens são bem informados,
começam a ter relação sexual mais cedo, têm mais parceiras ao longo da vida, usam camisinha com freqüência
nas primeiras transas, mas deixam a proteção de lado à
medida em que o relacionamento se torna mais estável.
As garotas usam menos camisinha do que os garotos.
Os motivos podem ser muitos: talvez elas enxerguem estabilidade e segurança em um relacionamento antes dos
garotos, talvez não consigam se impor e fazer
valer sua voz na hora do sexo ou, ainda, talvez
elas não encarem o HIV como uma
ameaça nessa fase da sua vida.
Apaixonadas, confiando nos
garotos, deixam a proteção de
lado.
Estamos longe de uma
vacina, e os tratamentos
disponíveis podem controlar a Aids, mas não
acabar com a doença. Para uma doença potencialmente mortal para a qual
ainda não existe cura nem vacina, o razoável seria que as pessoas
se mantivessem informadas e aplicando conhecimentos sobre proteção na prática.
No caso da transmissão sexual
do HIV, a alternativa é a camisinha. Para uma população jovem em
que mais de dois terços é sexualmente ativa, como mostram as pesquisas de comportamento sexual do Ministério da Saúde, a melhor forma de evitar a
doença é o uso consistente do preservativo. A bola está com vocês! Quem sabe os
números do próximo ano não melhorem ainda mais?
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