São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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Sexo & Saúde - Jairo Bouer @ - bouer@uol.com.br

A luta continua

NO ÚLTIMO dia 1º de dezembro foi comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Aids. Li boa parte dos jornais publicados na data e percebi que, por mais um ano, pouco espaço foi dedicado ao assunto. No geral, a maior parte das notícias reproduzia os números divulgados pela Coordenação Nacional de DST/Aids na semana anterior.
Algumas discussões são importantes. Os números apontam para uma diminuição na velocidade de crescimento da epidemia no Brasil, a menor taxa desde 2002. Por outro lado, foram notificados mais de 33 mil novos casos no ano de 2005. Uma conta simples mostra que são mais de 2.700 registros por mês (cerca de 90 casos por dia).
Quando se analisa as diversas pesquisas de comportamento sexual com a população jovem no Brasil chega-se aos mesmos resultados. Os jovens são bem informados, começam a ter relação sexual mais cedo, têm mais parceiras ao longo da vida, usam camisinha com freqüência nas primeiras transas, mas deixam a proteção de lado à medida em que o relacionamento se torna mais estável.
As garotas usam menos camisinha do que os garotos. Os motivos podem ser muitos: talvez elas enxerguem estabilidade e segurança em um relacionamento antes dos garotos, talvez não consigam se impor e fazer valer sua voz na hora do sexo ou, ainda, talvez elas não encarem o HIV como uma ameaça nessa fase da sua vida. Apaixonadas, confiando nos garotos, deixam a proteção de lado.
Estamos longe de uma vacina, e os tratamentos disponíveis podem controlar a Aids, mas não acabar com a doença. Para uma doença potencialmente mortal para a qual ainda não existe cura nem vacina, o razoável seria que as pessoas se mantivessem informadas e aplicando conhecimentos sobre proteção na prática.
No caso da transmissão sexual do HIV, a alternativa é a camisinha. Para uma população jovem em que mais de dois terços é sexualmente ativa, como mostram as pesquisas de comportamento sexual do Ministério da Saúde, a melhor forma de evitar a doença é o uso consistente do preservativo. A bola está com vocês! Quem sabe os números do próximo ano não melhorem ainda mais?


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