São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ATENAS TEEN

BOXE

Myke Carvalho, peso-leve campeão do Pré-Olímpico no Rio, é o pugilista mais novo que vai representar o Brasil em Atenas

Peso-leve, mão pesada

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele tem o mesmo nome do ex-campeão Mike Tyson, mas não se espelha nele. "O jeito que eu luto não tem nada a ver com o do Mike Tyson. Eu admiro todos os lutadores pela força de vontade que a gente precisa ter pra chegar lá, mas eu gosto mesmo é de ver as lutas de Muhammad Ali", diz Myke Carvalho, 20, o pugilista brasileiro mais novo da equipe que vai para a Olimpíada de Atenas.
O seu maior ídolo, no entanto, é o tio Dalgísio Ribeiro, que foi campeão brasileiro de boxe e morreu aos 21 anos, praticando roleta-russa. Myke nasceu em uma família de lutadores de Belém (PA). Com 12 anos, começou a treinar na academia de Ulisses Pereira, que hoje é treinador de Popó. "Nunca pensei em fazer outra coisa na vida. Não levo o menor jeito no futebol."
No boxe, no entanto, Myke é bom: das 85 lutas que participou, venceu 73. A maioria das vitórias foi por pontos. "Eu não sou aquele grande "pegador". E, nos pesos mais leves, é difícil ganhar por nocaute."
Na Olimpíada, Myke vai lutar como peso-leve (até 60 kg). Atualmente, está pesando 66 kg, ou seja, vai ter de perder seis quilos até lá. "Em uma semana, eu perco isso. É só comer pouco e treinar bastante. Fico um pouco fraco, mas depois me recupero."
Segundo ele, é normal os boxeadores ficarem um pouco acima do peso. Eles emagrecem cerca de duas semanas antes das lutas, para não ficarem fracos na hora H.
Atualmente, Myke vive com mais dez pugilistas em uma casa da Confederação Brasileira de Boxe, em Santo André (SP). Eles recebem tratamento médico, alimentação e mais uma ajuda de custo de R$ 1.000 -metade do dinheiro, manda para a família.
Moram com ele os outros atletas que vão para a Olimpíada: Alessandro Mattos (meio-médio-ligeiro), 23, Edvaldo de Oliveira (pena), 22, Glaucélio Abreu (médio), 26, e Washington Silva (meio-pesado), 27.
Ele ainda não sabe quem serão seus adversários, mas acredita que tem chance de conseguir trazer uma medalha para o Brasil. "Todos que estão aqui têm chance. A gente está treinando tanto quanto o pessoal de fora", diz. Segundo ele, para chegar ao bronze é preciso vencer pelo menos quatro lutas. Para o ouro, são seis ou sete lutas.
Os adversários mais difíceis são os europeus, os norte-americanos e os cubanos. "Mas eles também devem achar que nós somos difíceis. Afinal, não chegamos lá de graça", avisa. (ALESSANDRA KORMANN)


Texto Anterior: Game: "Homem Aranha 2"
Próximo Texto: Competição: A toda a força
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.