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ATENAS TEEN
BOXE
Myke Carvalho, peso-leve campeão do Pré-Olímpico no Rio, é o pugilista mais novo que vai representar o Brasil em Atenas
Peso-leve, mão pesada
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele tem o mesmo nome do ex-campeão Mike Tyson, mas não se espelha nele. "O jeito que eu luto não tem
nada a ver com o do Mike Tyson. Eu admiro todos os lutadores pela força de vontade
que a gente precisa ter pra chegar lá, mas eu
gosto mesmo é de ver as lutas de Muhammad Ali", diz Myke Carvalho, 20, o pugilista brasileiro mais novo da equipe que vai
para a Olimpíada de Atenas.
O seu maior ídolo, no entanto, é o tio Dalgísio Ribeiro, que foi campeão brasileiro de
boxe e morreu aos 21 anos, praticando roleta-russa. Myke nasceu em uma família de
lutadores de Belém (PA). Com 12 anos, começou a treinar na academia de Ulisses Pereira, que hoje é treinador de Popó. "Nunca
pensei em fazer outra coisa na vida. Não levo o menor jeito no futebol."
No boxe, no entanto, Myke é bom: das 85
lutas que participou, venceu 73. A maioria
das vitórias foi por pontos. "Eu não sou
aquele grande "pegador". E, nos pesos mais
leves, é difícil ganhar por nocaute."
Na Olimpíada, Myke vai lutar como peso-leve (até 60 kg). Atualmente, está pesando 66 kg, ou seja, vai ter de perder seis quilos até lá. "Em uma semana, eu perco isso.
É só comer pouco e treinar bastante. Fico
um pouco fraco, mas depois me recupero."
Segundo ele, é normal os boxeadores ficarem um pouco acima do peso. Eles emagrecem cerca de duas semanas antes das lutas, para não ficarem fracos na hora H.
Atualmente, Myke vive com mais dez pugilistas em uma casa da Confederação Brasileira de Boxe, em Santo André (SP). Eles
recebem tratamento médico, alimentação e
mais uma ajuda de custo de R$ 1.000 -metade do dinheiro, manda para a família.
Moram com ele os outros atletas que vão
para a Olimpíada: Alessandro Mattos
(meio-médio-ligeiro), 23, Edvaldo de Oliveira (pena), 22, Glaucélio Abreu (médio),
26, e Washington Silva (meio-pesado), 27.
Ele ainda não sabe quem serão seus adversários, mas acredita que tem chance de
conseguir trazer uma medalha para o Brasil. "Todos que estão aqui têm chance. A
gente está treinando tanto quanto o pessoal
de fora", diz. Segundo ele, para chegar ao
bronze é preciso vencer pelo menos quatro
lutas. Para o ouro, são seis ou sete lutas.
Os adversários mais difíceis são os europeus, os norte-americanos e os cubanos.
"Mas eles também devem achar que nós
somos difíceis. Afinal, não chegamos lá de
graça", avisa.
(ALESSANDRA KORMANN)
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