São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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COMPETIÇÃO

Brasil leva equipe ao Torneio Internacional de Jovens Físicos, na Austrália; um dos garotos conta ao Folhateen como foi

A toda a força

DIOGO BERCITO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A competição foi incrível. Não são muitas as vezes em que tantas pessoas diferentes se reúnem com um só objetivo. Não digo isso pelas seis horas diárias de competição, mas pelo tempo restante de convívio, quando foi possível aprender coisas sobre os quatro cantos do mundo que talvez os livros não dissessem.
E é o tipo de experiência que dura para sempre. Quando ia chegando o último dia, as pessoas correram para pedir telefone, e-mail e endereço das outras, para não perderem o contato. Acho que todos os cinco integrantes dos 26 times dos 24 países que participaram do torneio sabem que será difícil esquecer os momentos passados dentro da escola tradicional de Brisbane, na Austrália, onde a competição aconteceu.
Dezenas de adolescentes interessados em física competiram lá durante uma semana. Era curioso fechar os olhos no ônibus, durante os dias de excursão, e perceber como era impossível saber quantas línguas diferentes estavam sendo faladas ao mesmo tempo. Deu também para perceber quantas pronúncias diferentes de inglês existem.
Nós ficamos em 15º lugar. Para uma primeira participação, é uma ótima colocação. No ano que vem, com mais experiência, calma e preparo, não é absurdo pensar em fazer frente a poloneses e alemães, que hoje são os grandes times da competição.
O torneio foi empolgante. Os alemães guardaram uma carta na manga, uma arma secreta. Eles resolveram a questão que nenhum país teve coragem de encarar e guardaram a solução para apresentar na final. Foi um golpe de mestre. Foi tão incrível que ninguém quis perder o último round. Os finalistas foram Polônia, Alemanha e Eslováquia. Um verdadeiro duelo de titãs.
Para quem está interessado em fazer parte do time nacional no ano que vem, isso tudo pode parecer um tanto assustador. Eu sei, é assustador. Mas não é nada inatingível, pois a maioria dos participantes eram pessoas normais que só se esforçaram muito e estavam lá por mérito pessoal.
Dê uma chance a si mesmo. Os 17 problemas propostos anualmente são divertidos e podem ser uma ótima distração e um grande passo para o seu futuro.


Diogo Bercito, 16, é aluno do segundo ano do ensino médio

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