São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

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MÚSICA

Banda Firebug lança álbum de ritmos jamaicanos com letras em inglês; rapper B. Negão canta a única faixa em português

Sem raiz

DA REPORTAGEM LOCAL

O reggae pode ser a parte mais popular da cultura da Jamaica, mas não quer dizer que essa seja a única música feita na ilha caribenha. E você não precisa viajar até lá para ter uma amostra de que existem outros ritmos jamaicanos além do eternizado pelo ídolo Bob Marley.
Aqui mesmo no Brasil a banda paulista Firebug corre na contramão de outras bandas de reggae raiz com seu segundo álbum, "On the Move", que chega agora às lojas de discos. "É basicamente uma banda de ritmos jamaicanos que usa de toda a fonte de música jamaicana, como o ska, o rock- steady, o dub e até o reggae", diz o baterista e percussionista Rodrigo Cerqueira.
"Além de todas essas fontes, há influência de outros estilos, como surf music, country e soul. Por isso, não diria que somos uma banda de reggae especificamente."
O baterista acha que o som do Firebug se encaixa mais no rótulo música alternativa. "Quem vai ao nosso show não é o "regueiro" típico. Tem mais skatista e surfista, é um público mais heterogêneo do que aquele que curte raiz."
Outra coisa importante que distancia a banda do reggae raiz são os temas. "A gente não fala Jah nem de cachoeira nem de maconha, assuntos que formam essa tríade do reggae: maconha-cachoeira-Jah", explica.
"O que a gente faz no som é uma coisa de capturar aquela essência da música jamaicana dos anos 60 e 70 e trazer isso para hoje com outras influências. O reggae é muito mais que Bob Marley. O grande erro de muitas bandas nacionais é focar muito nesse lance de Marley e evitar influências mais abrangentes. Fazer reggae calçado em Marley é muito fácil", conta Rodrigo, que também evita usar as cores verde, amarela e vermelha, típicas do "reggae roots".
Outra característica do Firebug é compor e cantar em inglês. "A gente compõe em inglês, então, nesse segundo disco, a gente queria ver o CD pronto o mais rápido possível e não deu tempo de fazer versões em português, como fizemos no primeiro."
A exceção fica por conta da letra esperta de "Injustiça" -bem acima da mediocridade de muitas letras de bandas brasileiras-, escrita pelo rapper B. Negão, ex-Planet Hemp. "Ficou sobrando uma faixa sem vocais. Como a gente fez muitos shows com o B. Negão, pedimos para ele escrever a letra", diz Rodrigo. (LEANDRO FORTINO)


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