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dinheiro
Retidos na fonte
Chegou a hora da mordida: saiba como declarar seu Imposto de Renda
ANDRÉ MONTEIRO
FLÁVIA MARTIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A primeira vez ninguém esquece. Até
porque ela pode ser
um pouco complicada, como aconteceu
com a jornalista Débora Zampier, 23. Em 2008, ela conquistou seu primeiro emprego com
carteira assinada e neste ano
precisou enfrentar pela primeira vez o leão -como é chamado
o IR (Imposto de Renda). E a
tarefa não foi fácil.
"O fato de o sistema ser informatizado deu a impressão de
que tudo seria resolvido em
poucos minutos, mas só terminei a declaração depois de horas na frente do computador."
A principal dúvida da jornalista era em relação aos dados:
quais entrariam e em quais fichas. Precisou pedir ajuda ao
pai e a uma colega de trabalho.
Débora certamente não está
sozinha. Como ela, de 700 mil a
1 milhão de contribuintes apresentam sua declaração de renda pela primeira vez a cada ano.
A Receita -que recebe as declarações até o próximo dia
30- não sabe quantos desses
novos declarantes são jovens.
No entanto, a pesquisa "Jovem: Século 21", realizada pelo
Datafolha em 2008 com 1.541
brasileiros entre 16 e 25 anos,
mostra que a maioria deles
(68%) já trabalha. Neste ano,
quem ganhou a partir de
R$ 16.473,72 ao longo de 2008
terá que declarar suas rendas.
Nada simples
No mar de números e códigos
que é a declaração, os marinheiros de primeira viagem
acabam cometendo alguns erros. Segundo Valdir Amorim,
consultor de Imposto de Renda
da consultoria IOB, os maiores
equívocos ocorrem na hora de
inserir os códigos nas fichas.
"É malha fina na certa", diz
Amorim. A tal "malha fina" é
uma investigação mais detalhada feita pela Receita em algumas declarações de renda.
Segundo o supervisor nacional do IR da Receita, Joaquim
Adir, a maior "roubada" de
quem começou há pouco na vida profissional é a omissão dos
rendimentos.
"Ocorre muito com aquela
pessoa que trabalhou um mês
em uma empresa, dois em outra. Ou fez trabalhos como free-lancer. Alguma informação
acaba de fora e provoca erro",
disse Adir.
Até o ano passado havia dois
tipos de declaração: a completa
e a simplificada. A partir desse
ano, a Receita oferece apenas
um tipo de formulário (veja ao
lado). Débora acha que ele poderia ser ainda mais simples.
"A Receita poderia tornar o
processo mais didático, evitando siglas, por exemplo. A solução talvez seja um sistema passo a passo, que pode ficar mais
demorado, mas com certeza
ajudaria muito quem não tem
intimidade com o assunto."
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