São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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dinheiro

Retidos na fonte

Chegou a hora da mordida: saiba como declarar seu Imposto de Renda

ANDRÉ MONTEIRO
FLÁVIA MARTIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A primeira vez ninguém esquece. Até porque ela pode ser um pouco complicada, como aconteceu com a jornalista Débora Zampier, 23. Em 2008, ela conquistou seu primeiro emprego com carteira assinada e neste ano precisou enfrentar pela primeira vez o leão -como é chamado o IR (Imposto de Renda). E a tarefa não foi fácil.
"O fato de o sistema ser informatizado deu a impressão de que tudo seria resolvido em poucos minutos, mas só terminei a declaração depois de horas na frente do computador."
A principal dúvida da jornalista era em relação aos dados: quais entrariam e em quais fichas. Precisou pedir ajuda ao pai e a uma colega de trabalho.
Débora certamente não está sozinha. Como ela, de 700 mil a 1 milhão de contribuintes apresentam sua declaração de renda pela primeira vez a cada ano. A Receita -que recebe as declarações até o próximo dia 30- não sabe quantos desses novos declarantes são jovens.
No entanto, a pesquisa "Jovem: Século 21", realizada pelo Datafolha em 2008 com 1.541 brasileiros entre 16 e 25 anos, mostra que a maioria deles (68%) já trabalha. Neste ano, quem ganhou a partir de R$ 16.473,72 ao longo de 2008 terá que declarar suas rendas.

Nada simples
No mar de números e códigos que é a declaração, os marinheiros de primeira viagem acabam cometendo alguns erros. Segundo Valdir Amorim, consultor de Imposto de Renda da consultoria IOB, os maiores equívocos ocorrem na hora de inserir os códigos nas fichas.
"É malha fina na certa", diz Amorim. A tal "malha fina" é uma investigação mais detalhada feita pela Receita em algumas declarações de renda.
Segundo o supervisor nacional do IR da Receita, Joaquim Adir, a maior "roubada" de quem começou há pouco na vida profissional é a omissão dos rendimentos.
"Ocorre muito com aquela pessoa que trabalhou um mês em uma empresa, dois em outra. Ou fez trabalhos como free-lancer. Alguma informação acaba de fora e provoca erro", disse Adir.
Até o ano passado havia dois tipos de declaração: a completa e a simplificada. A partir desse ano, a Receita oferece apenas um tipo de formulário (veja ao lado). Débora acha que ele poderia ser ainda mais simples.
"A Receita poderia tornar o processo mais didático, evitando siglas, por exemplo. A solução talvez seja um sistema passo a passo, que pode ficar mais demorado, mas com certeza ajudaria muito quem não tem intimidade com o assunto."


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