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música
Mais alto do que todo o resto
No volume máximo, Motörhead toca em três cidades brasileiras nesta semana
MAYRA DIAS GOMES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Lemmy Kilmister é
mais do que um músico que agrada a
punks e a metaleiros,
ou um doido de 62
anos com verrugas no rosto.
O status de ícone que esse
baixista e vocalista inglês atingiu vai além de ter virado um
personagem do videogame
"Guitar Hero: Metallica" ou até
de ter criado o Motörhead.
Um documentário previsto
para 2009 promete explicar
por que Lemmy é considerado
o deus do rock'n'roll.
Por telefone, ele falou à Folha sobre a sensação de ser
considerado um mito: "Acho
engraçado. Não preciso fazer a
barba nunca".
Se Lemmy é Deus, Deus é fã
do Brasil. "Gosto do país, das
mulheres. É minha sexta ou sétima ida para aí."
A música "Going to Brazil"
ilustra: "Quero assistir ao filme/ Não consigo ficar quieto/
Estou voando para o Rio/ Estou
indo para o Brasil". Contudo, a
banda, que agora conta com
Philip Campbell na guitarra e
Mikkey Dee na bateria, tem outra rota dessa vez.
Depois de tocar em Curitiba,
ontem, o trio tem shows marcados em Fortaleza (15/4), Recife (17/4, dentro do Abril pro
Rock) e São Paulo (18/4, no Via
Funchal), e vem divulgar o último álbum, "Motorizer". "Esperem duas ou três músicas desse
disco", Lemmy avisa, e se entrega ao dizer que "Rock Out" e
"Ten Thousand Names of God"
são suas preferidas.
Ele acha que os fãs estão presos nos "Aces of Spades" clássicos da banda, que criou um som
"mais alto do que todo o resto".
Quem o vê como o Forrest
Gump do rock que foi "roadie"
e traficante de Jimi Hendrix, se
surpreenderá com o que ele ouve no iPod. "Evanescence. São
ótimos!". Já Brian Wilson, dos
Beach Boys, com quem dividirá
o "line-up" do festival inglês
Guilfest, não o empolga: "Nem
sei o que ele faz no palco, toca
músicas dos Beach Boys? Ouvi
dizer que ele é mentecapto".
"Se eu tivesse que parar de
tocar, significaria que não posso mais andar. Então ficaria por
aí, andando na minha cadeira
de rodas", finaliza.
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