São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

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folhateen explica

Estudo registra aumento de 48% de mortes na faixa dos 15 aos 24 anos

Assassinatos de jovens faz crescer índices de violência

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento no número de homicídios no Brasil na última década é consequência direta do aumento de assassinatos de jovens. O brasileiro homem de 20 anos é a vítima mais comum desse tipo de violência.
Essas são as principais conclusões do "Mapa da Violência 3", um estudo feito pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) a cada dois anos para traçar a situação dos jovens no país.
A pesquisa mostra que, entre 1991 e 2000, o índice de assassinatos de jovens entre 15 e 24 anos aumentou 48%. O índice mede quantos jovens foram mortos para cada grupo de 100 mil jovens. Na população em geral, o número de homicídios aumentou 29% no mesmo período.
Em 2000, quase 46 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Dessas, 17.762 eram jovens e 93% eram homens. As vítimas são de todas as idades: 67 tinham até 1 ano de idade, e 93 tinham mais de 70 anos, por exemplo. Mas com 20 anos, o brasileiro corre o maior risco de violência: 2.220 jovens dessa idade foram assassinados naquele ano.
Além de apresentar dados, a Unesco mapeou essa violência para ajudar na formulação de medidas de prevenção.
Sabe-se que no final de semana ocorrem cerca de 70% mais assassinatos que nos dias de semana, tanto entre jovens como na população em geral. O número de homicídios também cresce significativamente em dezembro.
Para a Unesco, esse é um sinal claro de que a falta de atividades de lazer nos momentos em que os jovens não estão na escola -férias e finais de semana- ajuda a aumentar a violência.
O uso de armas de fogo também está ligado à violência entre jovens. Entre 1998 e 2000, o uso de armas nesses assassinatos cresceu de 66% para 74%.
O problema é mais grave nos centros urbanos. Considerando apenas as capitais do país, a taxa de homicídios de jovens chegou a 98,8 a cada 100 mil em 2000. Isso significa que, de cada mil jovens que moram nas capitais, um foi assassinado.
Os três Estados com os índices mais altos de homicídios entre jovens são Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. Na capital paulista, a taxa é de 138,8 mortes para cada 100 mil jovens. A média para todo o país, em 2000, foi de 52,1 homicídios para cada 100 mil.



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