São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2004

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Ciclo de encontros promovidos pelo Folhateen e o Unicef levanta a discussão de problemas da cidade com jovens

Trocando idéias

SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN

Três encontros. Mais de seis horas de debate e um monte de questões sobre São Paulo para levar para casa e refletir a respeito. Foram assim as discussões do ciclo "Trocando Idéias - De Olho na Cidade", promovido pelo Folhateen e pelo Unicef e encerrado na última quarta-feira no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura).
O evento, que contou com a presença de jovens das fundações Abrinq e Monte Azul, dos institutos Credicard, Sou da Paz, Reviver e Meninos do Morumbi, tratou de problemas da cidade que são próximos aos jovens: educação e oportunidades de trabalho, cultura e lazer e, por fim, violência.
Mediado pelo membro do Conselho Editorial da Folha, Gilberto Dimenstein, o encontro do último dia 8 começou com uma provocação. "Quem aqui já foi assaltado?", perguntou o jornalista. A maior parte das mãos, inclusive as daqueles que integravam a mesa de convidados, foi levantada.
"A violência só vai diminuir quando os jovens puderem realizar suas perspectivas. É preciso devolver aos nossos jovens a possibilidade de sonhar", disse o padre Júlio Lancellotti, diretor da ONG Casa Vida.
A coronel Laudinéa de Oliveira, diretora de Assuntos Municipais e Comunitários da PM de São Paulo, defendeu a idéia de policiamento comunitário. "O policial deve passar a ser um elo de ligação entre as necessidades da população e quem as pode resolver. A Polícia Militar está preocupada com a inserção social dos adolescentes."
Levantada pela platéia, a questão da violência policial foi amplamente debatida. "O policial tem de ser reconhecido pela comunidade. O jovem tem de se sentir protegido, e não ameaçado", disse Lancellotti. Já Oliveira estimulou o uso do Disque-Denúncia para coibir o abuso por parte de policiais. "Se você apanha de um policial, tem que denunciar. Ele não deve abordar ninguém pela aparência, e sim pela atitude. O policial é treinado para tratar bem as pessoas. Os abusos têm de ser punidos. Mas é preciso que as pessoas ajudem a identificá-los."
Ambos concordaram com a idéia de que fortalecer o respeito ao outro e cultivar a tolerância são maneiras de combater a violência. "O perdão não é um valor da nossa sociedade; se fosse, todas as escolas teriam ido para a rua protestar contra a morte dos mendigos", concluiu Lancellotti.
No dia 18, foram discutidos a cultura e o lazer em SP, com a presença do escritor Fernando Bonassi e o então presidente da Febem, Marcos Monteiro. Já o primeiro encontro, sobre educação e oportunidades de trabalho, teve a presença do apresentador Serginho Groisman e de Roberto Luis Troster, economista-chefe da Febraban.
O evento teve apoio da Fundação Abrinq e dos institutos Ethos e Credicard.

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