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Ciclo de encontros promovidos pelo Folhateen e o Unicef levanta a discussão de problemas da cidade com jovens
Trocando idéias
SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN
Três encontros. Mais de seis horas de
debate e um monte de questões sobre São Paulo para levar para casa e
refletir a respeito. Foram assim as discussões do ciclo "Trocando Idéias - De Olho na
Cidade", promovido pelo Folhateen e pelo
Unicef e encerrado na última quarta-feira
no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura).
O evento, que contou com a presença de
jovens das fundações Abrinq e Monte Azul,
dos institutos Credicard, Sou da Paz, Reviver e Meninos do Morumbi, tratou de problemas da cidade que são próximos aos jovens: educação e oportunidades de trabalho, cultura e lazer e, por fim, violência.
Mediado pelo membro do Conselho Editorial da Folha, Gilberto Dimenstein, o encontro do último dia 8 começou com uma
provocação. "Quem aqui já foi assaltado?",
perguntou o jornalista. A maior parte das
mãos, inclusive as daqueles que integravam a mesa de convidados, foi levantada.
"A violência só vai diminuir quando os
jovens puderem realizar suas perspectivas.
É preciso devolver aos nossos jovens a possibilidade de sonhar", disse o padre Júlio
Lancellotti, diretor da ONG Casa Vida.
A coronel Laudinéa de Oliveira, diretora
de Assuntos Municipais e Comunitários da
PM de São Paulo, defendeu a idéia de policiamento comunitário. "O policial deve
passar a ser um elo de ligação entre as necessidades da população e quem as pode
resolver. A Polícia Militar está preocupada
com a inserção social dos adolescentes."
Levantada pela platéia, a questão da violência policial foi amplamente debatida. "O
policial tem de ser reconhecido pela comunidade. O jovem tem de se sentir protegido,
e não ameaçado", disse Lancellotti. Já Oliveira estimulou o uso do Disque-Denúncia
para coibir o abuso por parte de policiais.
"Se você apanha de um policial, tem que
denunciar. Ele não deve abordar ninguém
pela aparência, e sim pela atitude. O policial
é treinado para tratar bem as pessoas. Os
abusos têm de ser punidos. Mas é preciso
que as pessoas ajudem a identificá-los."
Ambos concordaram com a idéia de que
fortalecer o respeito ao outro e cultivar a tolerância são maneiras de combater a violência. "O perdão não é um valor da nossa
sociedade; se fosse, todas as escolas teriam
ido para a rua protestar contra a morte dos
mendigos", concluiu Lancellotti.
No dia 18, foram discutidos a cultura e o
lazer em SP, com a presença do escritor
Fernando Bonassi e o então presidente da
Febem, Marcos Monteiro. Já o primeiro encontro, sobre educação e oportunidades de
trabalho, teve a presença do apresentador
Serginho Groisman e de Roberto Luis
Troster, economista-chefe da Febraban.
O evento teve apoio da Fundação Abrinq
e dos institutos Ethos e Credicard.
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