São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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INTERNETS

RONALDO LEMOS - ronaldolemos09@gmail.com

O Twitter é brasileiro (parte 2)

NA SEMANA passada, fui "xingado muito no Twitter".
Explico: falei sobre como temas brasileiros estão ficando cada vez mais comuns nos "trending topics" globais (os tópicos mais comentados no mundo).
Chamei também a atenção para a hipótese de que aparecer nessa lista às vezes não significa muito: os assuntos são tão fragmentados no Twitter que qualquer pico mais concentrado pode chegar ao Olimpo.
Sem querer, fui pego por outra discussão. Em 4 de setembro, a Folha publicou uma manchete que desagradou aos partidários da campanha de Dilma.
Isso gerou várias respostas no Twitter que chegaram aos TTs (indexadas como #dilmafactsbyfolha).
Quando meu artigo foi publicado, no dia seguinte, começou a confusão: muita gente achando que ele desvalorizava os TTs por conta das reações do domingo.
Como não tenho bola de cristal nem sou amigo dos donos do polvo Paul, obviamente não tinha como prever o futuro. Mas fiquei ainda mais curioso para entender a importância dos TTs.
O site de marketing digital Buzzgain estimou no ano passado que eram necessários 922 usuários e cerca de 1.900 tuítes para fazer um assunto aparecer nos TTs. Muito pouco.
É claro que esses números variam de acordo com o horário, o dia, o idioma e outros fatores. Com o crescimento do Twitter, tendem a aumentar. Mesmo assim, a escala não parece grande.
Além disso, sites como o Techcrunch vêm apontando como os TTs estão cada vez mais tomados por brincadeiras (como foi o caso do "Dona Delma" no Brasil).
Isso pode ser visualizado com a ajuda do site Trendistic.com. Por exemplo, ao comparar #dilmafactsbyfolha com a banda #restart no mesmo período, dá para ver que o rock adolescente tem picos bem maiores do que a movimentação política (bit.ly/bD4KNk).
Há bons indicativos de que os TTs não estão com essa bola toda. Mas quem discordar vai poder "xingar muito no Twitter".



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JÁ ERA
Bola de cristal

JÁ É
Polvo Paul

JÁ VEM
Tuiteiros apressados percebendo que esta coluna não é capaz de prever o futuro


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