São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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Sons & Letras

VOCALISTA DO INCUBUS FALA AO FOLHATEEN SOBRE PROJETO SOLO, BRASIL E LITERATURA

MAYRA DIAS GOMES
COLUNISTA DO FOLHATEEN

A banda californiana Incubus está ansiosa para voltar ao Brasil. Depois de um hiato de dois anos, Brandon Boyd, Mike Einziger, Ben Kenney, Chris Kilmore e José Pasillas voltam aos palcos brasileiros no festival SWU, que será realizado em outubro em Itu, no interior de São Paulo.
"Todos estavam em suas respectivas esquinas do mundo. Nosso guitarrista Mike está há dois anos na Universidade Harvard, estudando teoria musical e evolução humana. O José, nosso baterista, acabou de ter uma filha...", conta Brandon, o vocalista da banda.
Ele se sentou num Starbucks de Los Angeles (EUA) para conversar com o Folhateen sobre os quase 20 anos de estrada do grupo e seus projetos fora do Incubus.
Em julho ele lançou seu primeiro álbum solo, "The Wild Trapeze".
"Eu me perguntava há anos se seria capaz de criar um trabalho inteiramente sozinho", diz. "Não sabia se tinha paciência para fazer tudo sem ter que trocar ideia com os outros caras da banda. Aí simplesmente tentei. Precisava provar para mim mesmo que era possível."
A gravação do disco aconteceu em uma floresta no Estado de Nova York.
"The Wild Trapeze", a primeira música do álbum, foi inspirada no livro "Stand Still Like the Hummingbird", do escritor norte-americano Henry Miller. Antes, a música "Talk Show on Mute" já havia sido inspirada em outro livro: "A Revolução dos Bichos", de George Orwell.
Por que não falar de literatura com uma banda de rock alternativo? "Essa tem sido a maior influência na minha vida como artista. Mais do que música e arte. Nada me excita mais do que ler algo que salta diante dos meus olhos, me penetra e começa a vazar da página", viaja.
A banda é avessa a rótulos e conclui que faz um som simplesmente alternativo, palatável para qualquer tipo de pessoa.
"Somos muito gratos aos nossos fãs brasileiros. Como sou descendente de latinos, sempre achei que há um pouco mais de fogo no sangue deles, um fogo que precisa se expressar", diz. "Apesar de eu não gostar de turnês, estou empolgado com esse show que faremos no Brasil."
Da última visita ao país, em 2007, quando fez dois shows com ingressos esgotados, Brandon carrega algumas lembranças positivas, outras estranhas: "Além de os shows terem sido os mais memoráveis da nossa carreira, lembro de como fiquei chocado com os carros que têm janelas à prova de balas. Eu nunca vi um carro à prova de balas nos EUA".
Brandon não planeja tocar suas músicas do disco solo quando subir ao palco do SWU com o Incubus.
Mas ele manda recado para os fãs de que a banda está se preparando para gravar um novo álbum no ano que vem. "Será o nosso melhor."
É esperar para ver.


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