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BALÃO
Por um quadrinho mais ordinário
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A juventude está de saco cheio. Cansada
da escola, dos professores, dos seus
pais divorciados, da política, até dos seu
próprios amigos, que só passam na sua
casa quando chega aquele novo videogame que eles nunca vão poder comprar.
Johnny Ryan (www.johnnyr.com), 32,
já está bem crescidinho, mas também
anda puto e resolveu fazer piada em cima
disso na série "Angry Youth Comix",
que a editora americana Fantagraphics
vem lançando por recomendação do não
menos azedo Peter Bagge, de "Ódio"
-que a Via Lettera já publicou por aqui.
Rapidamente editados no Brasil na incursão-relâmpago da revista "Crocodilo" pelas bancas do país, os quadrinhos
de Ryan, mistura de Beavis e Butthead
com Eminem, caíram nas graças dos fãs
do dito underground americano e nos
fazem pensar sobre para quê, afinal, deveriam servir nossas queridas HQs.
"Quadrinhos costumavam ser divertidos e loucos e esquisitos e toscos. Agora,
são uma forma de arte séria e devem ser
respeitados como tais (...) Era por serem
vistos como lixo que os cartunistas tinham a liberdade de fazer o que sempre
quiseram. Os quadrinhos eram um dos
poucos meios onde você poderia ser tão
cretino quanto desejasse", disse o autor
em entrevista ao "Comics Journal".
Neil Gaiman na lista de best-sellers do
"The New York Times"? "Não sei. Nunca
li!" Rock and roll!!!
balao@folha.com.br
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