O declínio de Meg Ryan

COMÉDIA ROMÂNTICA é aquele negócio: é ruim mas é bom. Quer dizer, se você é homem e foi arrastado para o cinema pela namorada, comédia romântica é ruim e é ruim mesmo. Mas nós, mulheres, acabamos caindo nesses contos de fadas truqueiros de Hollywood. E, mesmo sabendo que aquilo se trata de um caça-níqueis safado, achamos que, ao virarmos a esquina, vamos dar de cara com o príncipe encantado.
Você pode achar demais príncipe encantado (a gente também acha). Mas, depois de uma comédia romântica, achamos que merecemos pelo menos um Tom Hanks. Sabe, o Tom Hanks, aquele tiozinho? É, isso mesmo, porque fomos criadas com comédias românticas protagonizadas por ele e por seu par constante, Meg Ryan. A fofa Meg Ryan, com seu corte de cabelo bom (pelo menos, na época, era) e seus personagens doces. Que a gente achava meio ridículo e falava mal. Mas, no fundo, achávamos fofo. Dentro de toda mulher repousa o monstro da fofura, capaz de reduzir a existência a coisas fofas e não-fofas. Lutamos contra ele, mas nem sempre vencemos.
Pois Meg Ryan está de volta às telas de cinema, depois de passar muito tempo longe. Ela estréia o filme "Mulheres... Sexo Forte". Não sabemos do que se trata e não estamos muito interessadas. Mas nos chamou atenção uma entrevista da atriz em que ela diz que... não acredita em comédias românticas. Ela ficou casada por anos achando que era feliz, pois tinha marido. No final de tudo, viu que ela, nas suas próprias palavras, "agia como uma autômata". Foi aí que gritou um de nossos slogans preferidos: "Socorro, o que eu estou fazendo com a minha vida!".
Não sabemos como anda a vida de Meg agora, não somos contra o casamento e muito menos contra a falta de casamento. Mas sabemos que pecamos, alguns dias, por agirmos como autômatas. E, em outros, por acreditarmos demais em comédias românticas. E, convenhamos, se até a Meg Ryan se dá mal na vida, por que temos a obrigação de sermos vencedoras?!

Momento de histeria

No futuro, todos vamos sofrer!


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