São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

HPV! Existe cura?

"Tenho 22 e estou com HPV. Posso ter filho? Faz dois meses que tirei uma crista de galo perto da coxa interna. O que faço? Por que não posso tomar a vacina?"

"Tenho 18 e minha médica diagnosticou a existência do HPV no meu exame preventivo. Não tenho verrugas! É mais provável que eu tenha câncer de colo de útero? Existe cura ou apenas tratamento?"


AS DÚVIDAS da semana voltam a tratar de um tema muito comum hoje em dia: a infecção pelo HPV, vírus causador de verrugas na região genital e de lesões microscópicas dentro da vagina e no colo do útero.
Os especialistas acreditam que o HPV é hoje o agente mais comum que causa uma doença sexualmente transmissível. Outra estimativa é que quase 20% das mulheres que têm vida sexual ativa vão se infectar em algum momento. Boa parte delas se "livra" do vírus por conta própria, graças à ação do seu sistema imunológico. Outras vão apresentar algum tipo de lesão. O HPV é, na verdade, uma família de muitos "subtipos" de vírus.
O que acontece é que alguns tipos têm predileção pela região genital e são transmissíveis pelo contato sexual. Eles produzem então verrugas (crista de galo). Outros tipos preferem o interior da vagina, onde podem produzir pequenas lesões, que só vão ser identificadas em exames preventivos. Toda mulher que tem vida sexual ativa deve fazer esse exame, pelo menos, uma vez por ano.
Se a lesão for identificada, pode ser tratada. A mulher deve ser avaliada periodicamente para ter certeza de que o HPV não voltou. O parceiro também deve ser examinado, já que o vírus pode produzir lesões no homem.
Se a mulher não procura o médico, o vírus, depois de alguns anos, pode causar o aparecimento de um câncer de colo de útero, um dos tipos que mais mata no Brasil.
Se a mulher quiser engravidar, é bom que ela se trate antes, já que o vírus pode ser transmitido para o bebê, por exemplo, no momento do parto. Mas uma mulher que já foi tratada pode engravidar sem problemas.
Além da camisinha, que reduz muito a chance de contaminação pelo HPV, foi aprovada recentemente uma vacina contra alguns tipos mais agressivos do vírus, que poderiam levar a um câncer de colo de útero. A vacina parece oferecer maior proteção quando aplicada em mulheres que ainda não iniciaram sua vida sexual. Mas as que já têm vida sexual também podem se beneficiar.


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