São Paulo, Segunda-feira, 13 de Dezembro de 1999


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Som
Banda Cartoon vive nos anos 70

CLAUDIA ASSEF
da Reportagem Local

A única pista de que a Cartoon habita esta década é o endereço do site da banda no encarte do recém-lançado CD, "Martelo".
No mais, parece que a banda vive num mundo paralelo: no país da Cartoon, ainda há cabeludos que não são metaleiros. E lá o Genesis de Peter Gabriel vende mais que o Genesis de Phil Collins.
O som segue a máxima do rock progressivo (leia texto ao lado) dos anos 70: instrumental virtuose, sobreposição de vozes, letras místicas, duendes.
Em tempos de compras on line, raves e ecstasy, os quatro mineiros da Cartoon são forasteiros do bem. "A gente não tem muito contato com essa moçada, não. É um som que a gente não curte muito ou talvez nem entenda mesmo", diz o baterista Bhydhu, 23. "Somos mais pré-históricos, mais artesanais", arremata.
Como toda banda pouco comercial que se preza, a Cartoon bancou o lançamento do CD e investiu também na produção de um videoclipe caprichadinho.
"Juntamos a grana que recebíamos nos shows durante quatro anos", lembra o vocalista e baxista Khadhu, 24, irmão do baterista.
"Procuramos amigos que também estavam começando. Gente que tinha garra, boas idéias e topou trabalhar por pouco money."
Numa coincidência/homenagem, o CD foi gravado no estúdio Genesis, de um amigo.
Apesar da pouca idade, a banda já existe há quase dez anos, descontados períodos de pausa.
Os garotos, que no início tiravam covers de U2 e Legião Urbana, logo compraram o desafio de tocar coisas mais elaboradas, como Genesis, Pink Floyd, King Crimson, Van der Graaf Generator e Mutantes (fase progressiva).
Para classificar o som, eles preferem o termo rock artesanal: "É um resultado mineiro do progressivo. Um som tratado com carinho e atenção, como o artesão faz com seu trabalho".
Para cultivar a técnica, os quatro integrantes se dedicam exclusivamente à música. Quem sabe, no mundo paralelo da Cartoon, a Hebe os receba em seu sofá.



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