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Som
Banda Cartoon vive nos anos 70
CLAUDIA ASSEF
da Reportagem Local
A única pista de que a Cartoon
habita esta década é o endereço
do site da banda no encarte do recém-lançado CD, "Martelo".
No mais, parece que a banda vive num mundo paralelo: no país
da Cartoon, ainda há cabeludos
que não são metaleiros. E lá o Genesis de Peter Gabriel vende mais
que o Genesis de Phil Collins.
O som segue a máxima do rock
progressivo (leia texto ao lado)
dos anos 70: instrumental virtuose, sobreposição de vozes, letras
místicas, duendes.
Em tempos de compras on line,
raves e ecstasy, os quatro mineiros da Cartoon são forasteiros do
bem. "A gente não tem muito
contato com essa moçada, não. É
um som que a gente não curte
muito ou talvez nem entenda
mesmo", diz o baterista Bhydhu,
23. "Somos mais pré-históricos,
mais artesanais", arremata.
Como toda banda pouco comercial que se preza, a Cartoon
bancou o lançamento do CD e investiu também na produção de
um videoclipe caprichadinho.
"Juntamos a grana que recebíamos nos shows durante quatro
anos", lembra o vocalista e baxista
Khadhu, 24, irmão do baterista.
"Procuramos amigos que também estavam começando. Gente
que tinha garra, boas idéias e topou trabalhar por pouco money."
Numa coincidência/homenagem, o CD foi gravado no estúdio
Genesis, de um amigo.
Apesar da pouca idade, a banda
já existe há quase dez anos, descontados períodos de pausa.
Os garotos, que no início tiravam covers de U2 e Legião Urbana, logo compraram o desafio de
tocar coisas mais elaboradas, como Genesis, Pink Floyd, King
Crimson, Van der Graaf Generator e Mutantes (fase progressiva).
Para classificar o som, eles preferem o termo rock artesanal: "É
um resultado mineiro do progressivo. Um som tratado com
carinho e atenção, como o artesão
faz com seu trabalho".
Para cultivar a técnica, os quatro integrantes se dedicam exclusivamente à música. Quem sabe,
no mundo paralelo da Cartoon, a
Hebe os receba em seu sofá.
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