São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2005

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MUITA ADRENALINA

WAKEBOARD

Primo distante do esqui aquático, o wakeboard vira sensação entre aqueles que curtem esporte e adrenalina; brasileiros começam a despontar em competições pelo mundo

Voando na água

Flavio Florido/FI
Luciano, 16, pratica wakeborad na represa Guarapiranga


ERIKA SALLUM
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem tão difícil como o surfe nem tão tranqüilo quanto o esqui aquático. Para quem se amarra em adrenalina e esportes radicais, o wakeboard é a pedida do momento. Criada nos Estados Unidos, a modalidade chegou ao Brasil há uns dez anos, mas só agora começa a se popularizar entre os adolescentes.
"Conheci o wake uns quatro anos atrás. No início, praticava só para me divertir, sem compromisso", relembra Luciano Rondi Neto, 16, uma das grandes revelações do wake brasileiro. "Hoje, pegar a prancha e fazer manobras loucas virou um vício em minha vida. Recomendo para todo mundo", diz ele. Luciano, mais conhecido como Deco, vem se destacando em várias competições nacionais, ao lado da irmã, Gabriela, de 18 anos.
Em 2004, ganhou os campeonatos paulista e brasileiro numa categoria amadora chamada open A. Desde o início deste ano, entrou para a categoria profissional, em que disputa com nomes consagrados do esporte. "Cada vez mais gente da minha idade se interessa pelo wake. Isso é um bom sinal, porque, num futuro bem próximo, teremos mais atletas de ponta."
Deco treina três vezes durante a semana e todos os sábados e domingos. Ao tentar fazer manobras complexas, machucou o joelho e já ficou desmemoriado, por causa de uma queda. "Nada de muito grave. O wake, apesar de radical, não é um esporte extremamente perigoso."
Outra jovem promessa é Marcelo Mammana, 18, que se apaixonou pelo wake quando tinha apenas 11 anos. Desde os 15, participa de competições. Assim como Deco, também já se consagrou campeão brasileiro de wake na open A. No ano passado, já na categoria profissional, ficou em quarto lugar no Campeonato Sul-Americano. "No wake, dá para se divertir como no surfe e nem precisa ficar esperando as ondas. É demais", afirma. "É o esporte no qual mais consigo me expressar. Exige muito condicionamento físico, pois força pernas e braços. Só que não tem nada mais legal do que subir numa prancha e saltar as marolas."
O wakeboard surgiu quando surfistas americanos matavam o tempo em dias de mar calmo. Sem ondas para surfar, eles ficavam pegando as marolas formadas por barcos ou jet-skis que os rebocavam com uma corda. Com o tempo, foram criadas pranchas específicas de wake, menores e mais ágeis que as de surfe. Botas especiais de borracha prendem os pés do atleta.
"O legal do wake é que, para os iniciantes, dá para ficar em pé na prancha logo na primeira aula", diz Dedé Figueiredo, treinador de Deco e dono da escola 2D. "O difícil é fazer as acrobacias, quando se está está mais craque." Figueiredo é um dos profissionais que dá cursos de wake na represa Guarapiranga, um dos points mais badalados entre os praticantes de São Paulo nos finais de semana. Outro pico movimentado é a represa Jurumirim, em Avaré, no interior do Estado de São Paulo. Nos dois lugares, há diversas escolas que oferecem aulas rápidas de 60 minutos por cerca de 130 reais.


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