São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2005

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SURFE

Praia vira sala de aula em Florianópolis (SC) e em Santos (SP); conheça os cursos de especialização nesse esporte, que pretendem ajudar a formar mais profissionais para o setor

Pós-graduação na areia

ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Existe muita gente que sonha em cursar uma boa faculdade, fazer uma pós-graduação e trabalhar muito para conquistar um bom padrão de vida e poder, enfim, relaxar em férias na praia. Outros preferem abreviar o percurso: por que não estudar na própria praia?
Para esse último grupo, o ICPG (Instituto Catarinense de Pós-Graduação), ligado à Faculdade Decisão, em Florianópolis, está lançando o curso de especialização em gestão e treinamento no surfe/boardsports. A duração é de aproximadamente 18 meses. A maioria das aulas é ministrada em salas de aula tradicionais, mas também há aulas práticas. "O principal objetivo é ajudar a profissionalizar mais o surfe, aproveitando o potencial enorme que Florianópolis tem. Pretendemos dar ao surfe um outro status, com o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos sobre o assunto", diz Silvio Indrusiak Weiss, 40, doutorando em turismo e um dos professores.
Lucas Soares, 17, apesar de ter acabado de entrar no curso de administração de empresas, já se inscreveu na pós-graduação -se concluí-la, não vai poder receber o título de especialista. "Eu surfo desde os 11 anos, sou fissurado. Pretendo montar uma empresa de filmes de surfe no futuro. Acredito que esse curso vai me abrir a mente. Quero entender tudo que circula em torno do surfe, desde a organização de campeonatos até a questão do marketing e do patrocínio."
O professor de educação física Eduardo Kawabata da Silva, 25, também se inscreveu. "Surfo há dez anos, e esse curso tem tudo a ver com o que penso para o meu futuro. Quero montar uma escolinha de surfe. Acho que um dia o mercado esportivo do surfe vai ser tão grande quanto o do futebol", afirma.
A família de Eduardo não só aceita suas escolhas profissionais como também o incentiva -foi o pai dele quem mostrou para o filho a propaganda do curso na internet.
"Eu dei um empurrãozinho", conta o economista Eduardo Sérgio da Silva, 50. "Acho que, se é o que ele gosta, deve ir em frente. É preciso estudar mais, porque hoje em dia só a graduação não resolve", diz ele.
Outro inscrito é Alaison Chinasso, 29, formado em turismo e professor de surfe da escolinha de um resort de Florianópolis. "Quero voltar a estudar, não gosto de ficar parado. E espero me aprofundar mais em assuntos que não conheço, como técnica de julgamento de campeonatos."
O curso do ICPG não é o primeiro a oferecer pós-graduação em surfe no país. Há três anos, a Unipran (Universidade da Prancha), um grupo de estudos da Unimonte (Centro Universitário Monte Serrat), em Santos, oferece pós-graduação em surfe e esportes com prancha. Além do surfe, o programa também aborda skate, bodyboarding, windsurf, kitesurf, wakeboard e sandboard.
"O objetivo do nosso curso é trazer informações científicas a respeito desses esportes para as pessoas que já trabalham ou pretendem trabalhar com isso. Muitos cursos de educação física não têm essas disciplinas no currículo", afirma o skatista Flávio Ascânio, 40, um dos coordenadores do curso. A duração também é de 18 meses.


CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SURFE. ICPG (Instituto Catarinense de Pós-Graduação). Mensalidade: R$ 250. Informações: www.icpg.com.br ou 0/xx/48/225-5131. Unipran (Universidade da Prancha). Mensalidade: R$ 220. Informações: http://unipran.unimonte.br ou 0/xx/13/3222-8890.

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