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SURFE
Praia vira sala de aula em Florianópolis (SC) e em Santos (SP); conheça os cursos de especialização nesse esporte, que pretendem ajudar a formar mais profissionais para o setor
Pós-graduação na areia
ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
Existe muita gente que sonha em cursar uma boa faculdade, fazer uma
pós-graduação e trabalhar muito
para conquistar um bom padrão de vida e
poder, enfim, relaxar em férias na praia.
Outros preferem abreviar o percurso: por
que não estudar na própria praia?
Para esse último grupo, o ICPG (Instituto
Catarinense de Pós-Graduação), ligado à
Faculdade Decisão, em Florianópolis, está
lançando o curso de especialização em gestão e treinamento no surfe/boardsports. A
duração é de aproximadamente 18 meses.
A maioria das aulas é ministrada em salas de aula tradicionais, mas também há
aulas práticas. "O principal objetivo é ajudar a profissionalizar mais o surfe, aproveitando o potencial enorme que Florianópolis tem. Pretendemos dar ao surfe um outro
status, com o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos sobre o assunto", diz Silvio Indrusiak Weiss, 40, doutorando em turismo e um dos professores.
Lucas Soares, 17, apesar de ter acabado de
entrar no curso de administração de empresas, já se inscreveu na pós-graduação
-se concluí-la, não vai poder receber o título de especialista. "Eu surfo desde os 11
anos, sou fissurado. Pretendo montar
uma empresa de filmes de surfe no futuro. Acredito que esse
curso vai me abrir a mente. Quero entender
tudo que circula em torno do surfe, desde a
organização de campeonatos até a questão
do marketing e do patrocínio."
O professor de educação física Eduardo
Kawabata da Silva, 25, também se inscreveu. "Surfo há dez anos, e esse curso tem
tudo a ver com o que penso para o meu futuro. Quero montar uma escolinha de surfe. Acho que um dia o mercado esportivo
do surfe vai ser tão grande quanto o do futebol", afirma.
A família de Eduardo não só aceita suas
escolhas profissionais como também o incentiva -foi o pai dele quem mostrou para
o filho a propaganda do curso na internet.
"Eu dei um empurrãozinho", conta o
economista Eduardo Sérgio da Silva, 50.
"Acho que, se é o
que ele gosta, deve ir em frente. É
preciso estudar
mais, porque hoje em dia só a graduação não resolve", diz ele.
Outro inscrito é
Alaison Chinasso,
29, formado em
turismo e professor de surfe da escolinha de um resort de Florianópolis.
"Quero voltar a estudar, não gosto de ficar
parado. E espero me
aprofundar mais em assuntos que não conheço, como
técnica de julgamento de campeonatos."
O curso do ICPG não é o primeiro a oferecer pós-graduação em surfe no país. Há três anos, a Unipran
(Universidade da Prancha), um grupo
de estudos da Unimonte (Centro Universitário Monte Serrat), em Santos, oferece
pós-graduação em surfe e esportes com
prancha. Além do surfe, o programa também aborda skate, bodyboarding, windsurf, kitesurf, wakeboard e sandboard.
"O objetivo do nosso curso é trazer informações científicas a respeito desses esportes para as pessoas que já trabalham ou pretendem trabalhar com isso. Muitos cursos
de educação física não têm essas disciplinas
no currículo", afirma o skatista Flávio Ascânio, 40, um dos coordenadores do curso.
A duração também é de 18 meses.
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SURFE. ICPG
(Instituto Catarinense de Pós-Graduação).
Mensalidade: R$ 250. Informações:
www.icpg.com.br
ou 0/xx/48/225-5131. Unipran
(Universidade da Prancha). Mensalidade: R$ 220.
Informações: http://unipran.unimonte.br ou 0/xx/13/3222-8890.
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