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TUDO DE BOM
Hospedado no passado
Hotel
Artista: Moby
Site: www.moby.com
Não é desta vez que 2005 vê
a música eletrônica se renovar. "Hotel", novo
trabalho do produtor, multiinstrumentista, DJ e
cantor norte-americano Moby, decepciona,
principalmente após anos de expectativa
desde o lançamento do sem graça "18"
(2002), sucessor do sensacional "Play"
(1999). Não que "Hotel", que é lançado
mundialmente hoje, seja ruim. O careca vegetariano radical não é bobo e
sabe muito bem fazer boas músicas, como no início dos anos
90, quando popularizou a
dance music na Inglaterra
com o hino tecno "Go"
(1991). Desde então, viajou por diversos estilos.
Agora resolve desandar
para o pop. Até aí, nenhum problema. Mas
Moby não olhou para a frente. Ficou aprisionado no passado nostálgico e buscou referências no tecnopop dos
anos 80, em New Order, em
Donna Summer, em Depeche Mode e, como sempre,
na fase new wave de David Bowie. No disco, além dele,
há somente a vocalista Laura Dawn, de voz doce e macia, mas de personalidade zero, que serve mais como
um instrumento para Moby relembrar Cocteau Twins
(grupo escocês dos anos 80) e a diva da disco music nos
anos 70, Donna Summer, na faixa "Very", que
lembra descaradamente "I Feel Love"
(1977). Laura também canta a versão
de "Temptation", do New Order,
que altera totalmente a original,
mas não acrescenta nada de
novo. Moby ainda precisa
provar que pode ir além,
como fez com as colagens criativas que aparecem por todo o
disco "Play". Ou
talvez não precise
provar mais
nada, afinal,
discos clássicos aparecem
poucas vezes
pela história
da música, e o
produtor já
emplacou o dele.
(LEANDRO FORTINO)
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