São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2005

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TUDO DE BOM

Hospedado no passado

Hotel
Artista: Moby
Site: www.moby.com
Não é desta vez que 2005 vê a música eletrônica se renovar. "Hotel", novo trabalho do produtor, multiinstrumentista, DJ e cantor norte-americano Moby, decepciona, principalmente após anos de expectativa desde o lançamento do sem graça "18" (2002), sucessor do sensacional "Play" (1999). Não que "Hotel", que é lançado mundialmente hoje, seja ruim. O careca vegetariano radical não é bobo e sabe muito bem fazer boas músicas, como no início dos anos 90, quando popularizou a dance music na Inglaterra com o hino tecno "Go" (1991). Desde então, viajou por diversos estilos. Agora resolve desandar para o pop. Até aí, nenhum problema. Mas Moby não olhou para a frente. Ficou aprisionado no passado nostálgico e buscou referências no tecnopop dos anos 80, em New Order, em Donna Summer, em Depeche Mode e, como sempre, na fase new wave de David Bowie. No disco, além dele, há somente a vocalista Laura Dawn, de voz doce e macia, mas de personalidade zero, que serve mais como um instrumento para Moby relembrar Cocteau Twins (grupo escocês dos anos 80) e a diva da disco music nos anos 70, Donna Summer, na faixa "Very", que lembra descaradamente "I Feel Love" (1977). Laura também canta a versão de "Temptation", do New Order, que altera totalmente a original, mas não acrescenta nada de novo. Moby ainda precisa provar que pode ir além, como fez com as colagens criativas que aparecem por todo o disco "Play". Ou talvez não precise provar mais nada, afinal, discos clássicos aparecem poucas vezes pela história da música, e o produtor já emplacou o dele. (LEANDRO FORTINO)

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