São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR - cby2k@uol.com.br

O gênio asqueroso dos tabuleiros de xadrez

SUCO DE LARANJA? Tem de ser espremido na hora, na frente dele, para ter certeza de que não está envenenado. Mesmo que seja dentro de um avião!
Pagamento de trabalho? Ele nunca chega a um acordo. Pede mais e mais. Quando tudo parece certo, aparece com novas exigências. Destrata todo o mundo. Desconhece prazos.
Gentileza? Educação? Sem chance. Uma vez, recebeu um prêmio das mãos da princesa Grace, de Mônaco. Rasgou o envelope, contou o dinheiro na frente de sua alteza, e só depois estendeu a mão para cumprimentá-la.
Pense em alguém intragável. Sem educação, escroto, tosco, bruto, ignorante. O personagem de hoje é pior.
Ele é Bobby Fischer, possivelmente o maior jogador de xadrez da história. Nasceu nos EUA em 1943. Morreu louco, na Islândia, em 2008. Judeu do Brooklyn, renegou as origens e virou simpatizante do nazismo.
Na época, anos 60 e 70, o xadrez era totalmente dominado pela União Soviética, instrumento de propaganda do regime. Fischer surgiu do nada. Obcecado pelo jogo (arte?), com sete anos já enfrentava adultos. Perdia, mas dava trabalho. Maduro, desbancou os russos. Foi campeão mundial.
Saiu agora nos EUA uma biografia, de título gigante: "Endgame: Bobby Fischer's Remarkable Rise and Fall -from America's Brightest Prodigy to the Edge of Madness" ("Final de Partida: As Impressionantes Ascensão e Queda de Bobby Fischer -de Prodígio Mais Brilhante da América ao Limite da Loucura").
É chocante. Fischer renegou as pessoas que mais lhe ajudaram. Deu entrevistas cornetando violentamente a própria mãe. Virou fugitivo do governo (recusava-se a pagar impostos), acabou preso no Japão... Só lambança.
O inglês do livro é tranquilo, dá para você encarar. Uma assustadora história (des)humana. Não perca.

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"DRAW THE STARS",
Andreya Triana

A Inglaterra tem tantas cantoras quanto o Brasil. Mas as de lá são ótimas: tiny.cc/s456g

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"WILL DO",
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Minha banda favorita está de volta. Melódica e sombria: tiny.cc/you3p

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OBITUÁRIO de
Bobby Fischer

Saiu na "Economist". antes de encarar o livro:
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