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SEXO & SAÚDE
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
Beber é fácil, mas
a culpa é de quem?
NA SEMANA passada, um
estudo do Centro Brasileiro
de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, ligado à
Unifesp, publicado na
Folha, mostrou que um terço dos jovens das escolas
particulares da cidade de
São Paulo tomou um porre
no mês anterior à pesquisa.
O resultado não chega a
ser uma novidade, já que
trabalhos anteriores mostraram dados semelhantes,
mas indica, mais uma vez, a
dificuldade do jovem em
achar seu limite quando o
assunto é o álcool.
Beber em excesso não
acontece só em escolas particulares. Nas públicas, o fenômeno se repete.
A bebida é democrática.
Quem tem dinheiro compra
a mais cara, quem não tem
se vira com o que consegue.
Bebe-se muito, e cedo.
Quem você acha que tem
mais dificuldade em controlar o quanto bebe: o adolescente ou o jovem mais maduro? Na média, quanto
mais novo, maior a dificuldade de controle. Pressão e
aceitação do grupo, autoestima e necessidade de afirmação ajudam a explicar o
que acontece.
Mas quem é o responsável? Só o jovem mesmo?
Será que trabalhos de prevenção e de responsabilidade nas escolas resolveriam a
questão? Pode ajudar, mas o
processo é mais amplo!
Bebida no Brasil, acreditem, é barata. Em outros países há mais taxas sobre esse
produto. Nas casas, bebe-se
por qualquer razão: relaxar,
confraternizar, afogar as
mágoas, festejar. O que não
faltam são motivos! Desde
cedo a criança vê os pais bebendo e é convidada a participar da festa!
A TV tem uma enxurrada
de propagandas: cervejas e
bebidas "ice" já aparecem à
tarde. Em tempos de Copa
do Mundo, tente contar
quantas vezes as bebidas
vão aparecer na telinha.
Pode apostar, bem mais
do que os gols que serão
marcados pela nossa seleção. Para completar, comprar bebida não é complicado para os menores. De
quem é a "culpa" mesmo?
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