MARIANA POPPOVIC
ESPECIAL PARA O FOLHATEEN

Se há um desenho que merecia mesmo ser exibido nos cinemas brasileiros, ele é "A Viagem de Chihiro". Eu acho muito legal que um anime que eu goste tanto (desde que vi pela primeira vez no Anima Mundi do ano passado) possa ser visto e admirado por público e critica.
Esse é um dos meus filmes favoritos, considerando-o como longa-metragem e não só como animação japonesa. Isso deve-se a fatores que provam para os espectadores que, para ser um bom anime, é preciso mais que olhos grandes, robôs gigantes e/ou pornografia.
O mais interessante é que o filme, apesar de ser bastante água-com-açúcar e de não ter nenhum apelo sexual (só o amor inocente das crianças), ultrapassa a infantilidade e torna-se um tanto maduro e profundo.
Eu, que amo tudo que envolve mangá, devo ressaltar os seguintes pontos que chamaram minha atenção:
1. Os personagens carismáticos, principalmente a Chihiro. É impressionante o quão madura e decidida é a menina. Ela não se dá por vencida facilmente, não julga o próximo, parece muito mais velha do que de fato é.
2. A animação e o traço do desenho, que conseguem combinar 3D com métodos tradicionais de animação perfeitamente, resultando em algo delicado e realista e criando ambientes agradáveis que se tornam familiares a quem assiste.
3. A história cativante, que impede o espectador de desviar o olhar durante um minuto sequer.
Então, espero que, ao assistirem a esse filme, as pessoas se toquem que manga é bem mais que "Pokémon", o que, infelizmente, ainda é o conceito de parte de quem supõem conhecer o que é mangá. Também espero que o filme faça sucesso, para que possamos ver mais desenhos japoneses nas telonas.