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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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SEXO E SAÚDE

"Tenho 22 anos e namoro uma garota de 20. Ela é perfeita, só que sofre de depressão. Outro dia, teve uma crise intensa e eu fiquei paralisado, sem saber o que fazer. Ela me diz que é passageiro, mas eu me assusto. Amo essa menina e não quero fugir. Como posso ajudá-la?"

Depressão exige tratamento médico

JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA

Para começar, é legal você estar com o firme propósito de enfrentar as dificuldades para manter o seu relacionamento. Prova que, de um lado, você deve gostar mesmo da garota e que, de outro, você está amadurecendo.
Depressão é uma realidade enfrentada por muitas pessoas. Alguns estudos estimam que até 20% da população vá enfrentar pelo menos uma fase de depressão em algum momento da vida. É muita gente! Um trabalho da Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que essa é uma das doenças que mais causa prejuízos econômicos à sociedade. Atrapalha muito a vida das pessoas que sofrem com ela.
A primeira pergunta a fazer é: sua namorada está realmente com depressão? Hoje, muita gente que está triste ou que tem uma crise de uma hora para outra começa a achar que está com depressão. Não é bem assim! Depressão é um conjunto de sintomas que aparece na vida de alguém e que causa algum tipo de impacto negativo. Tristeza, crise de choro, falta de vontade, dificuldade de concentração, irritação, lentidão de pensamentos, perda de apetite e alteração no sono são alguns desses sintomas.
Cuidado então para não confundir um dia de tristeza ou de mau humor com depressão. A depressão de verdade exige atenção médica especializada. E o profissional a ser consultado é o psiquiatra. Ele pode avaliar a pessoa e dizer se ela precisa ou não de terapia e/ou de algum tipo de remédio (antidepressivo).
É difícil mesmo lidar com uma pessoa de quem a gente gosta e que está com depressão. Ela pode ficar diferente, agir de modo estranho e não se entusiasmar com a nossa presença.
Por isso é importante ter muita calma e não agir por impulso. É preciso não ser radical com uma série de situações que, normalmente, não seriam toleradas. A pessoa está precisando de apoio, de compreensão e de carinho. Outro passo fundamental é garantir que ela tenha uma atenção médica adequada. Não dá para segurar essa barra sozinho.
Respondendo à sua pergunta, você não deve fugir mesmo! Enfrentando esse problema, você pode amadurecer um pouco mais e perceber que o relacionamento pode sair fortalecido dessa crise, com cumplicidade e companheirismo.


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