No novo "Batman", o herói é mais uma vez ofuscado pelo vilão

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você já assistiu ao trailer de "Batman - O Cavaleiro das Trevas", percebeu quem é o verdadeiro protagonista do filme. O rosto deformado, a gargalhada sinistra, o cinismo e o sadismo do Coringa roubam -mais uma vez- a cena. Dirigido por Christopher Nolan, o mesmo de "Batman Begins", o longa estréia sexta-feira no Brasil.
Heath Ledger (morto em janeiro por overdose de remédios) criou um vilão psicótico, perturbador e muito bem-humorado, cujo único objetivo é subverter a ordem, seja ela a do crime ou a da Justiça. O que ele quer é instalar o caos.
Na lógica do Coringa, mais do que um inimigo que deve ser eliminado, Batman funciona como uma espécie de complemento que dá sentido à sua existência. O outro lado de uma mesma força destrutiva.
O herói, por sua vez, ganha novas nuances nesta aventura. Vivido novamente por Christian Bale (numa performance mais insossa que a do filme anterior), Bruce Wayne passa a ter crises de consciência ao assistir à escalada de violência que o Coringa promove em Gotham para descobrir a identidade do homem morcego.
E acaba desenvolvendo uma moral mais maleável e adaptável à realidade, segundo a qual a verdade nem sempre deve ser revelada.

Terror e violência
O filme narra a tentativa da polícia de Gotham City de acabar com a máfia local.
Liderada pelo heróico promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart) -que se transforma em uma espécie de celebridade graças ao seu empenho contra o crime- e pelo comissário Gordon (Gary Oldman), com a ajuda do Batman, a polícia precisa enfrentar também o novo aliado dos mafiosos, o imprevisível Coringa.
O vilão reúne um exército de malucos para provocar uma onda de violência e de terror na cidade, garantindo duas horas e meia de vertiginosas cenas de perseguição, explosões, lutas e muito sangue.


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