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ESPORTE
O Brasil é dono de duas medalhas no inusitado campeonato mundial de aviões de papel; conheça
os nossos campeões e também outros pilotos
de todo o mundo
Voando longe
LETICIA DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL A SALZBURGO
Sabe aqueles aviõezinhos de papel que
você fazia quando criança (ou ainda
faz, nunca se sabe) para passar o tempo? Pois é, tem gente levando essa brincadeira a sério. No dia 6 de maio, 117 estudantes universitários de 49 países, se reuniram
em Salzburgo, na Áustria, para disputar o
campeonato mundial de aviões de papel.
Dois brasileiros trouxeram troféus para o
país: Diniz Nunes, 24, formado em engenharia mecânica, foi o primeiro colocado
na categoria tempo de vôo, e Rodrigo Miyamoto, 26, aluno do mesmo curso em que
Diniz se formou, foi o terceiro colocado em
acrobacia. "É inacreditável! Agora é que
vão tirar sarro da minha cara mesmo.
Quando eu falei que vinha para a Áustria
para um campeonato de avião de papel, as
pessoas riram. Agora que eu sou o campeão mundial, não quero nem ver."
Apesar do resultado, ele pretende dar um
tempo. "Acho que essa história já foi longe
demais. Não vejo a hora de voltar à minha
vidinha", disse o campeão, que teve de driblar a timidez e encarar cinco minutos de
fama no evento, dando entrevistas para
emissoras de TV e rádio do mundo inteiro.
Já Rodrigo não vai desistir do hobby e está pensando até em patentear o modelo que
lhe rendeu o troféu de bronze. "Só não sei
se existe patente para isso, mas não custa
tentar", disse o estudante, que é apaixonado por origami, a arte japonesa de dobradura, e faz aviõezinhos de papel desde
criança. "Acho que eu tenho uma intuição
muito boa para física. Um dia ainda vou fazer um avião de verdade", afirma.
Outros países
Outro que se empolgou foi o estudante de
administração de empresas Turki Ghulam,
22, representante da Arábia Saudita na
mesma categoria de Rodrigo, acrobacia.
Apesar de não ter conseguido prêmio, ele
quer continuar praticando e pretende se
tornar uma espécie de "embaixador" da
aviação de papel em seu país, onde pretende organizar mais torneios.
Dedicado, o estudante de economia austríaco Juergen Schranz, 23, que integrou a
equipe italiana (ele estuda na Itália), contou
até com torcida em sua prova de acrobacia.
Para projetar o seu avião, ele fez uma pesquisa na internet e descobriu um instituto
de estudos sobre aviões de papel da faculdade de física do Massachussets Institute of
Technology (MIT), a mais prestigiada instituição de pesquisa de tecnologia dos Estados Unidos, de onde tirou o modelo.
Já a musa do campeonato, única mulher a
concorrer em uma categoria, a estudante
de microbiologia sul-africana Nomfundo
Ngcobo, 20, se inscreveu na competição pela farra. "Disseram que os vencedores iriam
para a Áustria e pensei: "Por que não?". Não
conhecia a Europa e parecia uma boa oportunidade de viajar", conta Nomfundo, que
só treinou no dia da competição.
A viagem também foi o principal atrativo
para o estudante de esportes francês Sebastien Paret, 21, outro "acrobata". "Entrei
porque sabia que poderia encontrar gente
do mundo inteiro. Além disso, era uma
chance de conhecer a Áustria", explica.
A jornalista Leticia de Castro viajou a convite da
Red Bull, patrocinadora do evento
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