São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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ESPORTE

O Brasil é dono de duas medalhas no inusitado campeonato mundial de aviões de papel; conheça os nossos campeões e também outros pilotos de todo o mundo

Voando longe

LETICIA DE CASTRO
ENVIADA ESPECIAL A SALZBURGO

Sabe aqueles aviõezinhos de papel que você fazia quando criança (ou ainda faz, nunca se sabe) para passar o tempo? Pois é, tem gente levando essa brincadeira a sério. No dia 6 de maio, 117 estudantes universitários de 49 países, se reuniram em Salzburgo, na Áustria, para disputar o campeonato mundial de aviões de papel.
Dois brasileiros trouxeram troféus para o país: Diniz Nunes, 24, formado em engenharia mecânica, foi o primeiro colocado na categoria tempo de vôo, e Rodrigo Miyamoto, 26, aluno do mesmo curso em que Diniz se formou, foi o terceiro colocado em acrobacia. "É inacreditável! Agora é que vão tirar sarro da minha cara mesmo. Quando eu falei que vinha para a Áustria para um campeonato de avião de papel, as pessoas riram. Agora que eu sou o campeão mundial, não quero nem ver."
Apesar do resultado, ele pretende dar um tempo. "Acho que essa história já foi longe demais. Não vejo a hora de voltar à minha vidinha", disse o campeão, que teve de driblar a timidez e encarar cinco minutos de fama no evento, dando entrevistas para emissoras de TV e rádio do mundo inteiro.
Já Rodrigo não vai desistir do hobby e está pensando até em patentear o modelo que lhe rendeu o troféu de bronze. "Só não sei se existe patente para isso, mas não custa tentar", disse o estudante, que é apaixonado por origami, a arte japonesa de dobradura, e faz aviõezinhos de papel desde criança. "Acho que eu tenho uma intuição muito boa para física. Um dia ainda vou fazer um avião de verdade", afirma.
Outros países
Outro que se empolgou foi o estudante de administração de empresas Turki Ghulam, 22, representante da Arábia Saudita na mesma categoria de Rodrigo, acrobacia.
Apesar de não ter conseguido prêmio, ele quer continuar praticando e pretende se tornar uma espécie de "embaixador" da aviação de papel em seu país, onde pretende organizar mais torneios.
Dedicado, o estudante de economia austríaco Juergen Schranz, 23, que integrou a equipe italiana (ele estuda na Itália), contou até com torcida em sua prova de acrobacia. Para projetar o seu avião, ele fez uma pesquisa na internet e descobriu um instituto de estudos sobre aviões de papel da faculdade de física do Massachussets Institute of Technology (MIT), a mais prestigiada instituição de pesquisa de tecnologia dos Estados Unidos, de onde tirou o modelo.
Já a musa do campeonato, única mulher a concorrer em uma categoria, a estudante de microbiologia sul-africana Nomfundo Ngcobo, 20, se inscreveu na competição pela farra. "Disseram que os vencedores iriam para a Áustria e pensei: "Por que não?". Não conhecia a Europa e parecia uma boa oportunidade de viajar", conta Nomfundo, que só treinou no dia da competição.
A viagem também foi o principal atrativo para o estudante de esportes francês Sebastien Paret, 21, outro "acrobata". "Entrei porque sabia que poderia encontrar gente do mundo inteiro. Além disso, era uma chance de conhecer a Áustria", explica.


A jornalista Leticia de Castro viajou a convite da Red Bull, patrocinadora do evento

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