|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
carreira
Próxima fase
Novos cursos superiores ensinam a criar e a produzir jogos digitais; mercado ainda é pequeno, mas tende a crescer
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Trabalho e diversão
nem sempre precisam andar separados. Para jovens aficionados nos mais
diversos tipos de games (de
consoles a celulares), novos
cursos universitários na área de
desenvolvimento de jogos digitais prometem aliar o útil ao
agradável.
Em São Paulo, três universidades já disponibilizam esse tipo de formação: a Anhembi
Morumbi, que lançou o curso
em 2003, a PUC, desde o ano
passado, e o Senac São Paulo,
que está com inscrições abertas
para o curso que se inicia no
ano que vem.
Os cursos dão conta desde o
processo de criação do jogo,
com a elaboração do roteiro,
desenvolvimento de personagens e regras, até a sua produção, a partir de aulas de programação, desenho e modelagem
tridimensional.
Apesar de abrangente, o mercado de trabalho ainda está em
formação. "É um mercado jovem e cheio de possibilidades,
mas há poucas e pequenas empresas especializadas", alerta
Claudio Bueno, coordenador
do curso do Senac, cujo foco
principal é a produção de jogos.
Para o coordenador do curso
da PUC, Rogério Cardoso dos
Santos, a tendência é que as
oportunidades de trabalho se
ampliem. "O mercado ainda está descobrindo o potencial dos
games", afirma.
Hoje, além dos tradicionais
consoles, dos jogos para internet e para celular, os games estão sendo usados em anúncios
publicitários para internet,
programas de treinamento
profissional e até em projetos
educacionais.
A média salarial de um profissional em início de carreira
varia muito. "Mas um recém-formado ganha pelo menos R$
1.500", afirma Rogério.
Desde criança
Depois de se aventurar nos
cursos de direito e de turismo,
Renan Lopes, 23, optou pela
formação numa área em que
atuava desde a infância: os videogames. Atualmente, ele
passa de quatro a seis horas por
dia jogando no computador.
"É um ramo muito interessante porque eu posso atuar em
várias áreas, do roteiro à modelagem em 3D de cenários e personagens", diz o estudante, que
está no primeiro ano do curso
de jogos digitais da PUC.
Rodrigo Anastácio, 21, aluno
do segundo ano do mesmo curso, joga desde os 4 anos. Começou com um Nintendo NES,
passou para um MegaDrive,
Nintendo 64, PlayStation 1 e 2 e
hoje é adepto do Xbox 360,
além dos joguinhos de celular e
da internet.
Depois de começar a faculdade de biologia e perceber que
não era a sua praia, ele decidiu
fazer do seu passatempo uma
profissão. "Eu sempre quis fazer o meu próprio jogo. Quando
descobri que já havia esse tipo
de faculdade no Brasil, decidi
que era a hora de arriscar", diz o
garoto, que tem hoje duas áreas
principais de interesse: a criação de roteiros e o design.
A parte negativa, na opinião
dele, fica por conta da proporção entre homens e mulheres
na sala de aula: 37 garotos para
três garotas.
"A maioria dos jogos é para o
público masculino. Como tem
poucas mulheres atuando nessa área, a tendência é continuar
assim", lamenta Rodrigo.
Texto Anterior: Lulinha paz e amor Próximo Texto: 02 Neurônio: Esperamos sobreviver Índice
|