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arte
Estética da falha
Jovens dispensam fotografia digital e apelam para as máquinas toscas da marca Lomo, cuja pioneira, a LC-A, completa 25 anos em 2009
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A foto saiu fora de foco, mal-enquadrada,
com manchas de luz
e imagens borradas.
Ótimo, era exatamente o resultado esperado.
Pode parecer excêntrico,
mas, na era da fotografia digital
e do Photoshop, há quem prefira imagens espontâneas e de
baixa qualidade técnica.
O nome dessa onda é lomografia, proposta estética austríaca baseada nas experiências
de dois estudantes de Viena
que, em 1991, se apaixonaram
pelo resultado tosco das fotos
que tiraram com a câmera
LC-A, da marca Lomo.
O nome vem do russo Leningradskoye Optiko Mechanichesckoye Obyedinenie ou, em
português, União de Óptica
Mecânica de Leningrado. Ainda bem que foi abreviado.
A máquina comemora, em
2009, 25 anos do início da sua
produção em massa na União
Soviética. Além dela, foram introduzidas no mercado algumas variantes, como a Holga, a
Diana e a Fisheye.
O resultado das fotografias é
publicado em sites como o
www.lomography.com.br,
em que os "lomógrafos" se organizam e debatem a técnica.
Aparência "vintage"
Por não haver distribuição
oficial no Brasil, os interessados têm de comprar as máquinas da marca Lomo pela Amazon.com ou pelo eBay. Nesses
sites, a LC-A aparece por mais
de US$ 100 (cerca de R$ 230).
A diretora de arte Mellina
Passi, 24, preferiu encomendar
sua Lomo Fisheye 2 para o irmão, que viajou para os Estados Unidos. "Gosto dela porque
é simples e, ao mesmo tempo,
produz fotos com esse ar meio
"vintage", meio rústico", diz.
Para Gideoni Júnior, 21, a
vantagem é a câmera ser automática e compacta. "Não precisei me preocupar tanto enquanto fotografava", relata.
Gideoni, no entanto, teve de
pegar uma Lomo emprestada
de um amigo para fotografar.
"Pedi que me trouxessem uma
do exterior e tentei comprar
pela internet, mas acho que a
Lomo está fugindo de mim."
(DIOGO BERCITO)
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