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livros
Tenho 16 anos e um livro
Adolescentes falam sobre as dificuldades em publicar a primeira obra
FRINI GEORGAKOPOULOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Eu tenho 16 anos
e um livro." É
como se define
a paranaense
Bárbara Malcut. Com uma peça teatral escrita aos 12 e seu primeiro livro,
"Ilha das Pedras Verdes", finalizado em 2008, ela se engajou
na luta para ser publicada.
Recebeu o apoio de um professor de seu antigo colégio e
conseguiu que uma gráfica publicasse uma tiragem de 300
exemplares como cortesia.
"Já enviei meu manuscrito
para uma editora e esperei meses por uma resposta. Quando
liguei para perguntar, eles o tinham perdido. Fiquei arrasada,
mas não desanimei", diz.
A vontade de publicar também faz parte da vida de Vitória
Pratini, 16, do Rio de Janeiro.
Depois de tentar várias editoras, lançou de forma independente mil exemplares de
"Olhar", uma compilação de
poesias escritas desde os seus
oito anos de idade.
"Sei que a poesia é difícil de
vender, mas é como eu gosto de
expressar meus sentimentos."
Seja por meio de rima, romances ou peças de teatro, o
que inspira as jovens autoras é
a busca por um meio de expressão. "Eu adoro literatura. Como
não falo tudo o que sinto, procuro passar para o papel", diz
Mariana Mauro, 16.
A carioca já concluiu dois romances -um com raízes no romantismo e outro, no realismo-, mas o estudo para o vestibular ainda não permitiu que
ela procurasse por editoras.
Mariana se inspirou em suas
próprias experiências e naquelas vividas por amigos para ambientar seu trabalho.
Ana Lima, uma das editoras
dos selos Galera e Galerinha
Record, explica a razão para a
dificuldade de jovens autores
emplacarem no ramo.
"Anualmente, recebemos em
média dez manuscritos de jovens autores em busca de publicação, mas muitos não atendem aos nossos critérios editoriais. Por exemplo, ter seu livro
revisado antes de enviá-lo para
avaliação é essencial. Quanto
mais bem-acabado, melhor será a primeira impressão", diz.
Mas tanto Bárbara como Vitória não esperaram conseguir
uma editora para dar continuidade à sua produção. As duas já
trabalham de olho no futuro.
Bárbara quer escrever uma
sequência para "Ilha", que mistura elementos de ficção científica com mitologia, e viajar para
Machu Picchu para pesquisar
seu próximo romance.
Vitória se aventurou no
mundo dos contos, mas voltou
para a poesia. "Cresci..." é o segundo livro que quer publicar
-da mesma forma do anterior- ainda neste ano.
Já Mariana não tem planos
para um terceiro romance por
enquanto. Só quer pensar em
publicação depois que passar
para a faculdade de jornalismo.
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