COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O empresário Celso Athayde e seu parceiro, o rapper MV Bill, estão trabalhando na continuidade do material exibido pela TV, "Falcão - Meninos do Tráfico". O novo filme será um subproduto do primeiro e exibido nos cinemas a partir de outubro. Deverá se chamar "Falcão - O Sobrevivente" e trará histórias diferentes das apresentadas no primeiro documentário, mas que estão no livro lançado no mês passado. O novo longa investirá no único "falcão" [gíria que designa o soldado do tráfico que vigia a favela] sobrevivente dos 17 entrevistados para a produção e lançado em DVD.
"Estamos muito atarefados por causa do sucesso desse filme. Preferíamos que isso não tivesse acontecido", disse Athayde. "Podemos fazer 500 documentários com a quantidade de material que temos."
Quando começou a percorrer as favelas e pensou em documentar tudo, Athayde não tinha idéia de que teria em mãos um forte apelo em favor da juventude. "Não sou documentarista, tampouco escritor. A gente nunca planejou o "Falcão". O objetivo era acordar as pessoas."
"O grande choque do documentário é o sentimento que ele produz. A gente não investiu na violência, na atrocidade ou no armamento. Priorizamos a vida, a fala e o sentimento daqueles jovens", justificou.
Athayde, que criou a ONG Cufa (Central Única das Favelas), diz que sente ter um compromisso em ajudar a transformar a realidade.
A repercussão de "Falcão" era esperada. "A gente viu esse filme, no mínimo, 200 vezes, e toda vez sentíamos a mesma emoção. Nunca nos cansamos de ver tampouco de nos indignar", conta.
(MARCELO BARTOLOMEI)


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