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ESPORTE?
Parece brincadeira, mas é verdade, há um Campeonato Mundial de Aviões de Papel, e a final terá dois brasileiros
Sonho de papel
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando viu espalhados pelo prédio
da faculdade cartazes anunciando o
Campeonato Mundial de Aviões de
Papel, o então estudante de engenharia Diniz Nunes pensou: "Não é possível, só pode
ser brincadeira".
Mas era sério. E como sempre se divertiu
arremessando aviões de papel sem nenhuma pretensão, Diniz se inscreveu no torneio e começou a treinar."Era meio difícil,
porque eu moro num apartamento. Então
eu ficava jogando os aviões da sacada de casa e, sem querer, eles acabavam caindo na
casa dos vizinhos", conta Diniz, que se formou no Mackenzie no final de 2005.
A família no início não levou a sério o empenho. "Eles ficavam me zoando, porque é
meio absurdo mesmo um campeonato de
avião de papel", lembra.
Mas o campeonato absurdo logo se tornou sério. Com três categorias de competições (distância, tempo de vôo e acrobacia),
ele reuniu 36 estudantes de 13 universidades de todo o país.
As provas finais brasileiras aconteceram
no início de abril, num galpão em Jundiaí.
Cada participante preparava seu aviãozinho na hora, com um papel A4, de gramatura 75. Nenhum corte ou colagem eram
permitidos, apenas dobraduras no papel.
Para garantir que os estudantes cumprissem as regras, fiscais observavam a manufatura dos brinquedos e quatro juízes ficavam atentos à performance dos participantes. Na hora do arremesso, mais regras. Nada de tirar o pé do chão. Uma linha delimitava o espaço que o estudante poderia ocupar enquanto jogava o avião para o ar.
No início de maio, Diniz (que foi vencedor nas categorias distância e tempo de
vôo) e Rodrigo Myiamoto, aluno da Unicamp (que ganhou em acrobacia), vão representar o Brasil na final do campeonato,
em Salzburgo, na Áustria, da qual participarão estudantes de 48 universidades do
mundo inteiro.
Vai ser a primeira viagem de Diniz para a
Europa. "É meio inacreditável o motivo pelo qual eu vou viajar, né? Quando eu falo, as
pessoas tiram o maior sarro."
(LETICIA DE CASTRO)
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