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Modismo favorece a divulgação do samba
DA REPORTAGEM LOCAL
Na definição do sambista Nei Lopes,
no livro "Sambeabá - O Samba que
Não se Aprende na Escola" (editora Casa da Palavra), pagode é uma "reunião
festiva de sambistas, com música, comida e bebida" ou "qualquer composição
musical no gênero samba". A verdade é
que o samba romântico tocado hoje se
apropriou desse nome para ajudá-lo a
ser divulgado por todo o país.
O que não é um fato negativo, na opinião do músico, compositor e produtor
Carlos Rennó. "Acho algo positivo esse
samba de segunda categoria. É bom para o samba. É um fenômeno musical que
tem legitimidade e genuinidade, apesar
de não ter o grau de formalidade estética
e originalidade de outros sambas", explica Rennó, que lembra que o mesmo
sucesso já havia acontecido com a retomada do forró há alguns anos.
"O pagode é um samba vulgar, de elementos banais, o que não significa que
não possa resultar em coisas boas, porque é arte. As classes de alto poder aquisitivo sempre consumiram coisas vulgares, mas antes consumiam coisas vulgares importadas. Acho melhor consumir
pagode e axé do que pop americano de
quinta categoria."
Rennó ainda vê mais vantagens nessa
nova onda de pagode nas casas noturnas
paulistanas. "A música brasileira nunca
esteve tão em alta como nos últimos
anos. Nem nos anos 60 ela era tão consumida", explica.
(LF)
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