São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2004

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Modismo favorece a divulgação do samba

DA REPORTAGEM LOCAL

Na definição do sambista Nei Lopes, no livro "Sambeabá - O Samba que Não se Aprende na Escola" (editora Casa da Palavra), pagode é uma "reunião festiva de sambistas, com música, comida e bebida" ou "qualquer composição musical no gênero samba". A verdade é que o samba romântico tocado hoje se apropriou desse nome para ajudá-lo a ser divulgado por todo o país.
O que não é um fato negativo, na opinião do músico, compositor e produtor Carlos Rennó. "Acho algo positivo esse samba de segunda categoria. É bom para o samba. É um fenômeno musical que tem legitimidade e genuinidade, apesar de não ter o grau de formalidade estética e originalidade de outros sambas", explica Rennó, que lembra que o mesmo sucesso já havia acontecido com a retomada do forró há alguns anos.
"O pagode é um samba vulgar, de elementos banais, o que não significa que não possa resultar em coisas boas, porque é arte. As classes de alto poder aquisitivo sempre consumiram coisas vulgares, mas antes consumiam coisas vulgares importadas. Acho melhor consumir pagode e axé do que pop americano de quinta categoria."
Rennó ainda vê mais vantagens nessa nova onda de pagode nas casas noturnas paulistanas. "A música brasileira nunca esteve tão em alta como nos últimos anos. Nem nos anos 60 ela era tão consumida", explica. (LF)

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