São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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COMPORTAMENTO

Ídolos à moda antiga

Nem só de "boy bands" vive o panteão de ídolos dos teens, como mostram fãs de "coroas"

TARSO ARAUJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Agente sabe que o show business não para de revelar jovens artistas, com variados talentos. Mas tem uma turma que curte mesmo são os sucessos do tempo dos seus avós.
O ídolo de Ana Luiza Machado, 18, por exemplo, foi apresentado a ela justamente pela avó. Desde a infância, Ana ouvia Roberto Carlos na casa dela. Quando a menina tinha 11 anos, a avó ganhou um DVD ao vivo do artista da jovem guarda, de 69 anos. E nasceu a paixão.
"Compro todos os CDs, DVDs, revistas e livros que saem com ele. Acompanho tudo que sai na mídia e sei todas as letras", diz.
A dedicação é tão especial que todas as despesas com o ídolo vêm de suas próprias economias. Na turnê de 50 anos de carreira do astro, conseguiu ingresso na primeira fila e levou um cartaz pedindo um abraço. Foi parar no camarim do Rei.
"Não preciso nem dizer que foi a maior emoção da minha vida, né?", diz Ana, que perdeu o sono e mal dormiu naquela noite, véspera de vestibular.
Em abril, ela veio de Belo Horizonte, onde mora, para a exposição comemorativa dos 50 anos de carreira do ídolo, que aconteceu em São Paulo. Junto com ela, veio James Lima, 15, de Teresina (PI), que cuida do site robertocarlosbraga. com.br.
"Toda as semanas a gente escreve alguma coisa. Dá muito trabalho, às vezes atrapalha até a escola. Mas é bom ver aquilo funcionando", diz o jovem.
A carioca Angélica Pires, 14, não teve a sorte de ver seu ídolo vivo: ela nasceu em 1996, sete anos após a morte de Nara Leão. "Ela era maravilhosa e a vida dela foi incrível", diz a jovem, sobre a cantora símbolo da bossa nova, movimento surgido no Rio nos anos 1950.
No caso dela, o ídolo não foi apresentado pela família. Ela descobriu o estilo a partir de Tom Jobim e de suas pesquisas pelo universo do músico.
Seu gosto não é sempre compartilhado pelas amigas. "Elas estranham um pouco. Umas gostam, outras, não. Algumas acham antiquado", diz.
O paulistano Jefferson Pereira, 17, é fã da apresentadora Hebe. "Não sou fanático por ela. Mas é a rainha da televisão, gosto do respeito e do jeito carinhoso com que ela trata todo o mundo", diz ele, que ficou chateado com a quantidade de anúncios que colocaram em uma edição especial do programa dela, em março.
Ao contrário de Angélica, ele prefere não tocar muito no assunto com os amigos. "Eles têm outros papos", diz.
Mas falar sobre ela não lhe faz falta. Afinal, ídolo, cada um tem o seu.


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