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COMPORTAMENTO
Ídolos à moda antiga
Nem só de "boy bands" vive o panteão de ídolos dos teens, como mostram fãs de "coroas"
TARSO ARAUJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Agente sabe que o show
business não para de revelar jovens artistas,
com variados talentos. Mas
tem uma turma que curte mesmo são os sucessos do tempo
dos seus avós.
O ídolo de Ana Luiza Machado, 18, por exemplo, foi apresentado a ela justamente pela
avó. Desde a infância, Ana ouvia Roberto Carlos na casa dela.
Quando a menina tinha 11 anos,
a avó ganhou um DVD ao vivo
do artista da jovem guarda, de
69 anos. E nasceu a paixão.
"Compro todos os CDs,
DVDs, revistas e livros que
saem com ele. Acompanho tudo que sai na mídia e sei todas
as letras", diz.
A dedicação é tão especial
que todas as despesas com o
ídolo vêm de suas próprias economias. Na turnê de 50 anos de
carreira do astro, conseguiu ingresso na primeira fila e levou
um cartaz pedindo um abraço.
Foi parar no camarim do Rei.
"Não preciso nem dizer que
foi a maior emoção da minha
vida, né?", diz Ana, que perdeu
o sono e mal dormiu naquela
noite, véspera de vestibular.
Em abril, ela veio de Belo Horizonte, onde mora, para a exposição comemorativa dos 50
anos de carreira do ídolo, que
aconteceu em São Paulo. Junto
com ela, veio James Lima, 15,
de Teresina (PI), que cuida do
site robertocarlosbraga.
com.br.
"Toda as semanas a gente escreve alguma coisa. Dá muito
trabalho, às vezes atrapalha até
a escola. Mas é bom ver aquilo
funcionando", diz o jovem.
A carioca Angélica Pires, 14,
não teve a sorte de ver seu ídolo
vivo: ela nasceu em 1996, sete
anos após a morte de Nara
Leão. "Ela era maravilhosa e a
vida dela foi incrível", diz a jovem, sobre a cantora símbolo
da bossa nova, movimento surgido no Rio nos anos 1950.
No caso dela, o ídolo não foi
apresentado pela família. Ela
descobriu o estilo a partir de
Tom Jobim e de suas pesquisas
pelo universo do músico.
Seu gosto não é sempre compartilhado pelas amigas. "Elas
estranham um pouco. Umas
gostam, outras, não. Algumas
acham antiquado", diz.
O paulistano Jefferson Pereira, 17, é fã da apresentadora Hebe. "Não sou fanático por ela.
Mas é a rainha da televisão, gosto do respeito e do jeito carinhoso com que ela trata todo o
mundo", diz ele, que ficou chateado com a quantidade de
anúncios que colocaram em
uma edição especial do programa dela, em março.
Ao contrário de Angélica, ele
prefere não tocar muito no assunto com os amigos. "Eles têm
outros papos", diz.
Mas falar sobre ela não lhe
faz falta. Afinal, ídolo, cada um
tem o seu.
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