Peça ajuda aos internautas

Domingão. Você acaba de ver um filme genial recomendado por um amigo. O nome é "Brick". É um filme "noir", só que passado em uma escola, só com adolescentes. O diretor é um estreante chamado Rian Johnson. Você amou o filme e quer muito ver outro tão interessante e desafiador. Mas como e onde encontrar? Está aí uma pergunta que vale US$ 1 milhão.
Há três anos, o site americano de filmes Netflix lançou um desafio. Como desenvolver um sistema de indicação de filmes que funcione realmente bem. Algo como: "Se gostou desse filme, então vai gostar desse outro também". Nenhum sistema existente funcionava direito.
A própria empresa não sabia mais o que fazer para resolver o problema. Daí surgiu a ideia de pedir ajuda aos internautas. A Netflix lançou um prêmio de US$ 1 milhão para quem desenvolvesse um bom sistema de recomendação de filmes. Nada menos do que 20 mil times de 150 países se inscreveram para resolver a tarefa.
Passados três anos, o objetivo foi finalmente alcançado. Em setembro de 2009, será conhecido o vencedor do prêmio (são dois os finalistas). A empresa está tão satisfeita que já anunciou um segundo prêmio para resolver outro problema. Os internautas mandaram muito bem.
O que aconteceu com a Netflix está se tornando uma tendência (e oportunidade) cada vez mais comum. É impossível para apenas um grupo de pessoas resolver um grande número de problemas. Mas, quando esses problemas são "abertos" para a internet, as chances de aparecer uma ideia original aumentam muito.
Pensando nisso, estão surgindo iniciativas como o Apps for Democracy (Aplicativos para a Democracia). A ideia é ótima. Imagine a cidade de São Paulo colocando on-line todos seus dados públicos. E, a partir daí, lançando um concurso para que as pessoas criem maneiras inovadoras de processar esses dados. A experiência foi feita em Washington e os resultados foram impressionantes. Surgiram desde guias sobre os melhores lugares para se andar de bicicleta até um mapa da criminalidade de cada região, atualizado em tempo real. É uma nova maneira de cidadania. Tomara que algum candidato pense nisso nas eleições do ano que vem.


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