São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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PROFISSÃO

Vida de patrão

Série "Por Onde Eu Começo?" se encerra com as histórias de quem abriu seu próprio negócio e já administra funcionários e fluxo de caixa

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre todos os empresários brasileiros, 25% têm de 18 a 24 anos, segundo pesquisa de 2008 da Global Entrepreneurship Monitor.
O gaúcho Vinícius Lima, 23, está dentro dessa faixa, mas ele começou ainda antes, aos 16.
Em 2003, fundou a Shock Produtora, organizadora de bailes de formatura de ensino médio. Nos dois primeiros anos, atuou sem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) -documento que só pode ser obtido aos 18.
Hoje, devidamente cadastrado na Receita Federal, Vinícius organiza cerca de 30 festas por ano com a ajuda de oito funcionários. No fim do ano, época dos eventos, o time cresce para cem empregados.
"Meu sonho era não depender de ninguém", conta Vinícius, que começou a trabalhar aos 12, como office-boy. Aos 15, participou de um curso de empreendedorismo na escola. "Vi que levava jeito para a coisa."
E o dinheiro, de onde veio? De um cheque pré-datado. "Tive 30 dias para conseguir meu primeiro cliente e pagar os gastos!", conta. Telefonava oferecendo seus serviços.

Segunda chance
A primeira empresa de Rodrigo Gonçalves, 23, um cibercafé, não deu certo. "Eu era muito inocente", diz o garoto.
Não desanimou e, aos 19, tentou de novo. Abriu a firma Rich Solutions, de desenvolvimento de softwares, e hoje concorre a um investimento de R$ 120 mil da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
"Aprendi na prática", afirma Rodrigo -o garoto começou a empresa com seu computador pessoal e o de seu sócio, sem capital inicial. "Tive que investir dinheiro do meu próprio bolso, para não fechar o ano no negativo", conta. "Hoje, estou no azul, mas o lucro ainda não é o que esperamos." Ele não quis divulgar o faturamento.
Já Bernardo Dinardi, 22, contou com o chamado "paitrocínio". Com a ajuda da família, abriu a empresa de TV corporativa Tempero DS. "Mas paguei de volta", diz, orgulhoso.
Na hora de sentar à mesa e negociar com parceiros e clientes, a idade chegou a pesar para o garoto. "Em reuniões, perguntavam se eu era mesmo o dono da empresa", conta. Hoje, com nome no mercado, "é tudo mais simples", afirma.
O duro é tocar a empresa e, ao mesmo tempo, terminar a faculdade de administração. Bernardo foi reprovado em uma disciplina e atrasou em seis meses sua graduação, prevista para o ano passado. "Mas acho que foi válido", pondera.
Por outro lado, Luiza Zaidan, 24, que organiza eventos culinários, começou agora a faculdade de administração. É formada em gastronomia, mas quer melhorar a gestão de seu negócio. Ainda não tem CNPJ. "Mas já comecei a organizar as exigências necessárias", diz.

SITES ÚTEIS
www.cjefiesp.com.br

www.conaje.com.br

www.fjeacsp.com.br

www.juniorachievement.org.br


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