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PROFISSÃO
Vida de patrão
Série "Por Onde Eu Começo?" se encerra com as histórias de quem abriu seu próprio negócio e já administra funcionários e fluxo de caixa
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre todos os empresários brasileiros,
25% têm de 18 a 24
anos, segundo pesquisa de 2008 da Global Entrepreneurship Monitor.
O gaúcho Vinícius Lima, 23,
está dentro dessa faixa, mas ele
começou ainda antes, aos 16.
Em 2003, fundou a Shock
Produtora, organizadora de
bailes de formatura de ensino
médio. Nos dois primeiros
anos, atuou sem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) -documento que só pode
ser obtido aos 18.
Hoje, devidamente cadastrado na Receita Federal, Vinícius
organiza cerca de 30 festas por
ano com a ajuda de oito funcionários. No fim do ano, época
dos eventos, o time cresce para
cem empregados.
"Meu sonho era não depender de ninguém", conta Vinícius, que começou a trabalhar
aos 12, como office-boy. Aos 15,
participou de um curso de empreendedorismo na escola. "Vi
que levava jeito para a coisa."
E o dinheiro, de onde veio?
De um cheque pré-datado. "Tive 30 dias para conseguir meu
primeiro cliente e pagar os gastos!", conta. Telefonava oferecendo seus serviços.
Segunda chance
A primeira empresa de Rodrigo Gonçalves, 23, um cibercafé, não deu certo. "Eu era
muito inocente", diz o garoto.
Não desanimou e, aos 19, tentou de novo. Abriu a firma Rich
Solutions, de desenvolvimento
de softwares, e hoje concorre a
um investimento de R$ 120 mil
da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
"Aprendi na prática", afirma
Rodrigo -o garoto começou a
empresa com seu computador
pessoal e o de seu sócio, sem capital inicial. "Tive que investir
dinheiro do meu próprio bolso,
para não fechar o ano no negativo", conta. "Hoje, estou no
azul, mas o lucro ainda não é o
que esperamos." Ele não quis
divulgar o faturamento.
Já Bernardo Dinardi, 22,
contou com o chamado "paitrocínio". Com a ajuda da família, abriu a empresa de TV corporativa Tempero DS. "Mas paguei de volta", diz, orgulhoso.
Na hora de sentar à mesa e
negociar com parceiros e clientes, a idade chegou a pesar para
o garoto. "Em reuniões, perguntavam se eu era mesmo o
dono da empresa", conta. Hoje,
com nome no mercado, "é tudo
mais simples", afirma.
O duro é tocar a empresa e, ao
mesmo tempo, terminar a faculdade de administração. Bernardo foi reprovado em uma
disciplina e atrasou em seis meses sua graduação, prevista para o ano passado. "Mas acho
que foi válido", pondera.
Por outro lado, Luiza Zaidan,
24, que organiza eventos culinários, começou agora a faculdade de administração. É formada em gastronomia, mas
quer melhorar a gestão de seu
negócio. Ainda não tem CNPJ.
"Mas já comecei a organizar as
exigências necessárias", diz.
SITES ÚTEIS
www.cjefiesp.com.br
www.conaje.com.br
www.fjeacsp.com.br
www.juniorachievement.org.br
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