São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Em Foz, tráfico coloca jovens em perigo

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Nas barrancas do rio Paraná, em Foz do Iguaçu (637 km de Curitiba), adolescentes brigam para recolher cigarros jogados de barcos por contrabandistas.
Buscam um espaço nos mais de 20 pontos de travessia de contrabando na fronteira com o Paraguai. Recolhidos os maços, correm para levar os produtos a pontos de distribuição.
Com o trabalho, ganham, em média, R$ 500 por semana. É o primeiro passo para entrarem no tráfico de drogas e armas.
Para a Polícia Civil e o Conselho Tutelar, isso explica a liderança da cidade paranaense no ranking do IHA ("Índice de Homicídios na Adolescência"): são 9,7 mortes para cada grupo de mil adolescentes, mais de quatro vezes o índice nacional.

Prostituição teen
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil em Foz do Iguaçu, Alexandre Macorin de Lima, com o ganho elevado, os adolescentes fogem dos programas de assistência. Só neste ano, já aconteceram 95 homicídios em Foz, 19 deles de adolescentes entre 12 e 18 anos.
Para a conselheira tutelar Silvana Emídio Dias, não são só os jovens de Foz de Iguaçu que estão sob risco, mas também a população jovem flutuante de cidades menores e "brasiguaios" atraídos pelo tráfico. No caso das meninas, o problema é a prostituição.
O professor Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da UFPR (Universidade Federal do Paraná), diz que só haverá mudança nas estatísticas se o país fizer uma reforma "substantiva na Justiça e aplicar políticas públicas efetivas de prevenção".


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