|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em Foz, tráfico coloca jovens em perigo
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Nas barrancas do rio Paraná, em Foz do Iguaçu
(637 km de Curitiba),
adolescentes brigam para recolher cigarros jogados de barcos
por contrabandistas.
Buscam um espaço nos mais
de 20 pontos de travessia de
contrabando na fronteira com
o Paraguai. Recolhidos os maços, correm para levar os produtos a pontos de distribuição.
Com o trabalho, ganham, em
média, R$ 500 por semana. É o
primeiro passo para entrarem
no tráfico de drogas e armas.
Para a Polícia Civil e o Conselho Tutelar, isso explica a liderança da cidade paranaense no
ranking do IHA ("Índice de Homicídios na Adolescência"): são
9,7 mortes para cada grupo de
mil adolescentes, mais de quatro vezes o índice nacional.
Prostituição teen
Segundo o delegado-chefe da
Polícia Civil em Foz do Iguaçu,
Alexandre Macorin de Lima,
com o ganho elevado, os adolescentes fogem dos programas
de assistência. Só neste ano, já
aconteceram 95 homicídios em
Foz, 19 deles de adolescentes
entre 12 e 18 anos.
Para a conselheira tutelar
Silvana Emídio Dias, não são só
os jovens de Foz de Iguaçu que
estão sob risco, mas também a
população jovem flutuante de
cidades menores e "brasiguaios" atraídos pelo tráfico.
No caso das meninas, o problema é a prostituição.
O professor Pedro Bodê,
coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e
Direitos Humanos da UFPR
(Universidade Federal do Paraná), diz que só haverá mudança
nas estatísticas se o país fizer
uma reforma "substantiva na
Justiça e aplicar políticas públicas efetivas de prevenção".
Texto Anterior: Uma geração na mira Próximo Texto: "Eles morrem cada vez mais cedo" Índice
|