São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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Faculdade ou treino

France Presse
As gêmeas sincronizadas Bia e Branca Feres aguardaram o fim do Pan para iniciar a faculdade


DA REPORTAGEM LOCAL

Se a vida dos atletas amadores é corrida, imagine a daqueles que integram seleções, participaram do Pan e se preparam para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.
Grande promessa da ginástica artística no país, Jade Barbosa, 16, despontou no Pan e surpreendeu na semana passada, ao conquistar a única medalha brasileira (de bronze) no campeonato mundial na Alemanha.
Mesmo com tanto sucesso, ela não vê muito glamour na vida de atleta. "A gente tem que se privar de muita coisa. Eu sinto falta de ir a festas, de conviver com pessoas de outras áreas. Mas não sobra tempo", diz a garota, que treina seis horas e meia por dia e, em vez de ir a uma escola, recebe aulas particulares com outras ginastas no intervalo dos treinos.
Apesar da rotina puxada, ela faz questão de encaixar algumas horas de lazer. "Como aqui não tem praia, vou ao shopping mesmo", diz Jade, que teve de trocar o Rio de Janeiro por Curitiba há três anos, quando entrou para a seleção.
Ela confessa que, ao longo de sua carreira, já pensou várias vezes em desistir. "Quando eu me machuco ou quando estou muito cansada, penso nessa possibilidade, sim."
Já Daiane dos Santos, 24, a antecessora de Jade no olimpo da ginástica brasileira, não pretende parar antes do próximo ano. Ela tem como meta participar da Olimpíada de Pequim. "Depois, não sei", diz a atleta, que cursa educação física e quer trabalhar com crianças quando largar os ginásios.
Para conciliar os estudos com a carreira, ela optou por uma carga reduzida de aulas. "Em épocas de competições importantes é impossível. Aí tem que trancar", diz Daiane.
Pela falta de tempo, o nadador Thiago Pereira, 21, seis medalhas de ouro no Pan, decidiu dar um tempo antes de começar a faculdade. Mas pretende cursar administração depois dos jogos olímpicos.
Thiago viveu sua fase de celebridade durante a competição no Rio de Janeiro e gostou da experiência. "Para mim, o assédio foi novidade, mas achei bem legal o carinho das pessoas, da torcida."
Ele conta que a carreira de nadador não foi planejada. "A coisa foi acontecendo, a cada etapa eu alcançava um objetivo e quando eu vi já estava lá".
As gêmeas do nado sincronizado Bia e Branca Feres, musas do Pan, esperaram o fim da competição para começar a faculdade de teatro. "Minha prioridade é o que vai me dar futuro. Enquanto o esporte me der retorno eu continuo, mas estou Na faculdade para ter uma carreira quando o esporte acabar", diz Bia. (LETICIA DE CASTRO)


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