São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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Sexo & Saúde

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Namoro uma mulher mais velha

"Há dois anos namoro uma garota mais velha -eu tenho 20 e ela, 29. No começo, essa diferença deu pano pra manga. Mas conseguimos convencer a todos dos nossos reais sentimentos. Só que, após todas as adversidades, acabamos morrendo na praia. Nossas diferenças ficaram claras. No sexo, ela não tem o mesmo apetite. Chegamos a passar várias semanas sem transar. O que ela espera de um cara de 20? Será que o problema está na idade dela?"

NOVE ANOS são, de fato, uma diferença de idade significativa para um casal em que um dos dois é tão jovem. Nessa fase da vida, aprender a se relacionar com alguém mais maduro e experiente é mesmo um desafio. Para a pessoa mais velha, lidar com os anseios e as instabilidades de alguém mais jovem também não é fácil. Mas isso não significa que esse tipo de relacionamento seja impossível! Ele só exige um pouco mais de tolerância, de conversa e de "ajustes" entre as partes.
Em um primeiro momento, preconceitos familiares e por parte dos amigos têm que ser dobrados, o que vai exigir a união do casal. Essa fase de desafio, de "briga" e de cumplicidade pode demandar um esforço inicial tão grande que, quando ela é superada, no seu lugar fica um "buraco", um espaço a ser preenchido.
E como se completa esse espaço? Com intimidade, com carinho, com sexo, com a convivência! É lógico que alguns acertos são necessários para que a relação não sufoque e dê espaço para as particularidades de cada um.
Essa sensação de acabar "morrendo na praia" talvez tenha a ver com a dificuldade de preencher a relação de forma adequada e de não conseguir dar espaço às individualidades de cada um. Resumir os problemas do namoro à falta de sexo parece ser uma visão um pouco simplista e, talvez, até preconceituosa da relação.
Uma mulher de 29 pode ter desejo igual ou até superior ao de um garoto de 20. Ou seja, não parece que a idade dela seja o problema. Pode ser que ela tenha uma dificuldade em lidar com sexo de forma geral ou de fazer sexo com alguém mais jovem. Talvez o que não está acontecendo na cama seja um reflexo de outras deficiências que o namoro está enfrentando.
Dizer que se está "morrendo na praia" só por falta de sexo não honra tudo o que esse casal já passou. Será que era só o desafio de enfrentar a tudo e a todos que dava sentido ao namoro? Tomara que não! Assim, os dois ainda podem ter a chance de conversar, de se entender, de se respeitar, enfim, de redescobrir os sentimentos que justificam a gente estar junto com alguém nos dias de hoje. E, se tudo isso acontecer, por tabela, a vida sexual do casal tende a melhorar. Não é mesmo?


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