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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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SHOW

Rotor faz shows-surpresa nas ruas de SP

Banda vai aonde o povo está

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1969, os Beatles, no auge da fama, subiram na cobertura do edifício do estúdio Abbey Road, em Londres, e fizeram um inusitado show ao ar livre, cujas imagens correram o mundo.
Inspirado nessa ousadia histórica para a música pop, o grupo Rotor, cansado dos entraves impostos pelo anonimato, resolveu usar da fórmula do atrevimento para fazer-se conhecer.
Há duas semanas, a banda de rock de Barra Bonita (no interior de São Paulo) descolou uma Kombi velha e traçou um roteiro de faculdades cheias de gente ávida por novidades. Desde então, todas as manhãs e noites, na hora do intervalo das aulas, o Rotor escolhe uma faculdade da capital paulistana. Estaciona sua Kombi na porta da escola sem aviso prévio, descola uma tomada emprestada em algum botequim ou em uma barraca de lanches e arma um show, que dura 30 minutos, em plena rua.
"Esse foi o jeito que a gente encontrou para mostrar o nosso som", explica Bruno O'Brau, trombonista e organista do grupo. "No interior de São Paulo, sempre tocamos em festas de faculdades. Mas, mesmo aí, é complicado tocar as músicas de nossa autoria. O pessoal quer mais é ouvir covers de canções que já conhecem", diz Gui Siri, vocalista e guitarrista do Rotor. "Em São Paulo, é difícil tocar nas casas noturnas e conseguir espaço nas rádios e na mídia. Foi aí que tivemos a idéia de chegar na louca, sem nada produzido, e tocar nas "faculs"."
Quando vão se aproximando da faculdade eleita para o dia, do alto-falante da Kombi do Rotor já soa o chamado: "Vamos, pessoal! Vamos ouvir um rock!".
Depois de uma curiosidade inicial sobre a montagem, o público se diverte com o show-surpresa da banda -que ainda registra tudo em vídeo e em fotos e distribui cerca de 30 CDs gratuitamente a cada apresentação relâmpago. "Parece que a rebeldia do universitário está meio parada, e a surpresa do pessoal com o nosso show é muito legal", afirma Siri. "O show muvuca geral. E, depois da apresentação, muita gente vem conversar conosco. A molecada não acredita que a gente teve coragem de tocar na rua. Quanto mais estivermos jogados na cidade, melhor", diverte-se Brau. "Até ganhamos R$ 5 de um velhinho que viu um de nossos shows."
Segundo eles, os problemas do projeto são só três: conseguir energia emprestada na hora, acordar às 7h para estar nas escolas na hora certa e se safar da polícia e dos seguranças das faculdades. "Mas, normalmente, eles abordam a gente numa boa", diz o trombonista. "Nos shows que fazemos de manhã, o pessoal fica mais espantado. Nos shows da noite, sempre acabamos indo para os botecos tomar umas com o pessoal", conta Brau.
Nesta semana, o Rotor fará mais algumas apresentações pela cidade. Para saber quando e onde, acesse o site da banda, www.rotoronline.com.br. (FERNANDA MENA)


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