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SHOW
Rotor faz shows-surpresa nas ruas de SP
Banda vai aonde o povo está
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1969, os Beatles, no auge da fama,
subiram na cobertura do edifício do
estúdio Abbey Road, em Londres, e fizeram um inusitado show ao ar livre, cujas
imagens correram o mundo.
Inspirado nessa ousadia histórica para
a música pop, o grupo Rotor, cansado
dos entraves impostos pelo anonimato,
resolveu usar da fórmula do atrevimento
para fazer-se conhecer.
Há duas semanas, a banda de rock de
Barra Bonita (no interior de São Paulo)
descolou uma Kombi velha e traçou um
roteiro de faculdades cheias de gente ávida por novidades. Desde então, todas as
manhãs e noites, na hora do intervalo
das aulas, o Rotor escolhe uma faculdade
da capital paulistana. Estaciona sua
Kombi na porta da escola sem aviso prévio, descola uma tomada emprestada em
algum botequim ou em uma barraca de
lanches e arma um show, que dura 30
minutos, em plena rua.
"Esse foi o jeito que a gente encontrou
para mostrar o nosso som", explica Bruno O'Brau, trombonista e organista do
grupo. "No interior de São Paulo, sempre tocamos em festas de faculdades.
Mas, mesmo aí, é complicado tocar as
músicas de nossa autoria. O pessoal quer
mais é ouvir covers de canções que já conhecem", diz Gui Siri, vocalista e guitarrista do Rotor. "Em São Paulo, é difícil
tocar nas casas noturnas e conseguir espaço nas rádios e na mídia. Foi aí que tivemos a idéia de chegar na louca, sem
nada produzido, e tocar nas "faculs"."
Quando vão se aproximando da faculdade eleita para o dia, do alto-falante da
Kombi do Rotor já soa o chamado: "Vamos, pessoal! Vamos ouvir um rock!".
Depois de uma curiosidade inicial sobre a montagem, o público se diverte
com o show-surpresa da banda -que
ainda registra tudo em vídeo e em fotos e
distribui cerca de 30 CDs gratuitamente
a cada apresentação relâmpago. "Parece
que a rebeldia do universitário está meio
parada, e a surpresa do pessoal com o
nosso show é muito legal", afirma Siri.
"O show muvuca geral. E, depois da
apresentação, muita gente vem conversar conosco. A molecada não acredita
que a gente teve coragem de tocar na rua.
Quanto mais estivermos jogados na cidade, melhor", diverte-se Brau. "Até ganhamos R$ 5 de um velhinho que viu um
de nossos shows."
Segundo eles, os problemas do projeto
são só três: conseguir energia emprestada na hora, acordar às 7h para estar nas
escolas na hora certa e se safar da polícia
e dos seguranças das faculdades. "Mas,
normalmente, eles abordam a gente numa boa", diz o trombonista. "Nos shows
que fazemos de manhã, o pessoal fica
mais espantado. Nos shows da noite,
sempre acabamos indo para os botecos
tomar umas com o pessoal", conta Brau.
Nesta semana, o Rotor fará mais algumas apresentações pela cidade. Para saber quando e onde, acesse o site da banda, www.rotoronline.com.br.
(FERNANDA MENA)
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