|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
estante
Para entender o que rola na música de hoje entre um bate-estaca e outro
LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA
O poeta e tradutor José Paulo Paes
(um cara que merece ser lido) usava
uma imagem ótima: falava na "prosa
dispersa" da vida real, que pode ser
contrastada com a prosa da literatura.
No cotidiano, as coisas vão acontecendo e a gente não sabe o quanto elas valem nem se vão permanecer ou se fazem sentido. Mas o tempo passa e vai-se encarregando de filtrá-las. Algumas
ficam, cheias de significado, ao passo
que outras dançam.
Aí chega uma jornalista com ótimo
texto e mergulha no mundo dos DJs,
cuja função é muito recente, coisa de
uns 40 anos, no máximo. Sabe o que ela
faz? Escreve "Todo DJ Já Sambou", ótimo lançamento, escrito por Cláudia
Assef, com ilustrações e um caminhão
de informações para entender o que se
passa entre um bate-estaca e outro.
Cláudia faz a passagem entre a prosa
dispersa da vida e a concentrada do livro: ela vai atrás de precursores, como
Osvaldo Pereira, que, no fim dos anos
50, estava antenado na idéia de botar a
moçada para dançar; e vai atrás de tudo
o que significa esse misto de black music, juventude, música eletrônica para
dançar e tudo o mais que acontece no
planeta paralelo dos DJs no país.
Texto Anterior: Folhateen explica: 18 adolescentes desaparecem por dia em São Paulo Próximo Texto: Orelha Índice
|