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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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Folhateen explica

18 adolescentes desaparecem por dia em São Paulo


Desaparecidos havia dez dias, estudantes foram encontrados mortos


DA REDAÇÃO

Na última terça-feira (11/11), o caso do desaparecimento do casal de estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, teve, após uma semana de buscas, o pior dos desfechos: ambos foram encontrados mortos -ele, assassinado com um tiro na nuca, ela, com 15 facadas. Os jovens haviam mentido para os pais, dizendo que acampariam com um grupo de amigos, mas foram sozinhos para um sítio abandonado no município de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. A tragédia engrossa as fileiras de adolescentes que desaparecem no Estado: uma média de 18 por dia, entre 13 e 18 anos.
Alexandre Reis, coordenador da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, afirma que esse fenômeno está ligado à falta de estrutura familiar e à violência doméstica. Uma pesquisa do Serviço de Prevenção e Atenção ao Desaparecimento de Crianças e Adolescentes revelou que 70% dos casos são solucionados nos primeiros 30 dias (sendo 33% em 48 horas), principalmente com a volta espontânea dos jovens ao lar.
Ana Bock, presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, encara a mentira de Felipe e Liana com "total naturalidade". "Uma relação adequada entre pais e filhos não é aquela em que se conta tudo", diz. Para ela, os pais devem manter diálogo com os adolescentes, mas isso "não evita mentiras".


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