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Eric Clapton
THEA SEVERINO
DA REVISTA DA FOLHA
Eric Clapton gostava tanto de Beatles que roubou a namoradinha de
George -chega a deixar o rei
Roberto com inveja- e achou a
garota de John estranha em um
show em Toronto em 69. Arrebentava nas jams com o mago
negro do texto ao lado.
Os manuscritos desse guitarrista sensacional se transformam em uma agradável leitura
para as férias, incluindo histórias saborosas sobre o microfone que Mick Jagger carregava
no bolso e o que Paul McCartney cantarolava ("Ovos mexidos/ Todos me chamam de
ovos mexidos") enquanto não
tinha letra para "Yesterday".
Eric Clapton revela suas memórias e traumas. Rejeitado
pela mãe -o que prejudicou
seus relacionamentos com as
mulheres-, criado pelos avós,
portanto mimado, expulso da
escola de artes aos 16, desde pequeno se sentia diferente.
Sabe aquela ilusão juvenil de
sermos grandes e realmente
bons em algo? Na vida de Clapton, é a realidade.
A tríade sexo, drogas e
rock'n'roll está presente todo o
tempo. O sofrimento da perda
do filho Conor, em 1991, os relacionamentos conturbados, os
excessos que por duas vezes
beiraram a morte e a luta contra os vícios estão bem relatados por ele próprio.
Para curtir mais, vale arrumar o CD que saiu com a mesma capa do livro e ler, enquanto
ouve, a história de cada música.
A AUTOBIOGRAFIA
Eric Clapton
Editora Planeta
R$ 44,90
(400 págs.)
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